Fim do Chega Mais prova que SBT precisa rever a estratégia de programação
Anunciando como uma das grandes novidades da grade de 2024 do SBT, o Chega Mais foi extinto na última sexta-feira (6). Cercado de expectativas, o programa tinha a dura missão de roubar espectadores da Globo e da Record, que há anos exibem atrações consolidadas na faixa matutina. O SBT também apostava que a revista eletrônica atrairia mais anunciantes e impactaria positivamente o faturamento da emissora. Nada disso aconteceu.
Apesar da ótima química do trio de apresentadores formado pelos jornalistas Michelle Barros, Paulo Mathias e Regina Volpato, o Chega Mais patinava na audiência e, com os índices baixos, poucos eram os interessados em anunciar no programa.
A culpa do fracasso do Chega Mais, vale reforçar, pouco tem a ver com o talento ou a capacidade dos profissionais envolvidos. O fator determinante para o insucesso da atração é a insistência do SBT em colocar no ar um formato no mesmo horário em que suas concorrentes, Globo e Record, fidelizaram o público com Encontro com Patrícia Poeta, Mais Você e Hoje em Dia, programas semelhantes à proposta do Chega Mais.
Em 2021, quando exibiu o Vem Para Cá durante as manhãs, o SBT já tinha sido malsucedido na tentativa de conquistar a parcela adulta da audiência que costuma estar sintonizada em outras emissoras. A iniciativa não deu certo e o canal da família Abravanel deveria ter aprendido a lição.
Como tapa-buraco, o SBT aumentou a duração do jornalístico Primeiro Impacto, que, se nada mudar, deve ir ao ar até às 13h30.
Antes de decidir o que veicular durante a manhã, vale a diretoria do SBT repensar se sua estratégia de programação faz sentido. Será que o melhor caminho para brigar pela audiência é oferecer programas semelhantes às atrações das emissoras rivais? Seria mais lógico investir numa estratégia de contraprogramação, veiculando projetos que sejam alternativas à grade dos demais canais.
Reformular o Casos de Família e colocá-lo logo após o Primeiro Impacto, por exemplo, é uma ideia que vale ser considerada. Até investir numa eventual contratação de Sônia Abrão, que tem um público fiel e apresenta um formato bem diferente do Mais Você e do Hoje em Dia, poderia gerar mais resultado de audiência e de faturamento que o Chega Mais. Caminhos para ressuscitar os tempos de glória do SBT existem, mas é preciso um pouco de ousadia e criatividade para implementá-los.
5 comentários
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Rodrigo Rainho da Silva
Se eu fosse diretor de programação e artístico do SBT, resgataria as grandes atrações das últimas décadas e colocaria o apresentador Celso Portioli no Programa Silvio Santos. O público quer ver a essência do canal. O que ele é.
Matheus Terres
Sonia Abrãao é independente na Redetv o programa dela repercute bem nas redes sociais, e ela tem uma dezena de anunciantes, apesar de se relacionar bom com o SBT duvido que ela sairia do certo para o duvidoso, como seria o SBT. E esse programa era chatíssimo, aquela michele barros com cara de pessoa bulimia era horrenda, não dava a menor vontade de assistir. SBT deveria tentar investir em desenhos, comprar uns desenhos novos e intercalar com os antigos, fazer com que as pessoas liguem a TV para as crianças e deixem ligado ali a manhã toda, sem necessidade de grandes apresentadores, só ficar rodando os desenhos e propagandas e seria sucesso!
Elieser Borges
A Jovempan cresceu muito quando era oposição, o dia que uma emissora grande de TV, perceber que existe esse vácuo na grade, vai ganhar ao menos 60% do país. Enquanto tiverem lacradores como esse Paulo Mathias, isentão de meia pataca, qualquer programa vai se fadar rapidamente. Fica a dica... observem como a Radio Auri Verde cresce recentemente... sem lacrate... e apresentando fatos.