Humor afiado de Paulo Vieira salva Troféu Melhores do Ano da mesmice
Apesar de bem intencionado, o Troféu Melhores do Ano é uma premiação um tanto falha, já que não consegue abarcar as produções de maneira justa. Novelas que se iniciam no último trimestre do ano costumam ser ignoradas e as tramas exibidas às 21 horas tendem a levar mais indicações.
Outro problema é a falta de variedade em algumas categorias, como jornalismo, que quase sempre tem William Bonner e Maju Coutinho entre os indicados, e humor, que nos últimos anos é uma categoria dominada por Fábio Porchat e Tata Werneck.
Equilibrando-se entre a previsibilidade e a monotonia, o Troféu Melhores do Ano ganha vigor e se torna interessante graças a presença de Paulo Vieira, que faz comentários certeiros sobre os indicados e consegue fazer piadas pertinentes sobre assuntos que marcaram o ano.
Como frisou em seu discurso ao vencer a categoria humor, Paulo Vieira tem um compromisso com a liberdade e é essa coragem de dizer tudo o que pensa com muita graça que o faz ser uma figura tão necessária na Globo. Paulo Vieira foge do óbvio e não recorre à tiradas fáceis para arrancar gargalhadas do público. Ele mescla um humor com popular com sarcasmo, fazendo rir ao mesmo tempo que dá aos espectadores a oportunidade de refletir.
Na edição de 2024 do Troféu Melhores do Ano, Paulo Vieira dividiu os melhores momentos da premiação com uma presença inusitada: Patrícia Abravanel. A apresentadora do SBT apareceu ao vivo no palco do Domingão para homenagear o pai, Silvio Santos, falecido em agosto. Carismática e segura de si, Patrícia estava tão à vontade que fez um discurso para lá de espontâneo falando de Jesus, Walt Disney e Silvio Santos, além de jogar aviõezinhos de dinheiro para a plateia.
Para espantar o marasmo que costuma marcar o Melhores do Ano, espera-se que, no próximo ano, a Globo dê mais espaço para Paulo Vieira e invista em mais participações inusitadas, como a de Patrícia Abravanel, pois são esses momentos que reverberam e geram conversa nas redes sociais.
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