Sean Connery aos 90 anos: Os 12 melhores filmes (sem James Bond) do astro
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"Bond. James Bond." Não precisou mais que três palavras para Sean Connery ser imortalizado na história do cinema. Mesmo que seja discutível quem melhor interpretou o espião 007, é inegável que foi o astro escocês que, ao longo de seis filmes (ou sete, se contarmos "Nunca Mais Outra Vez"), fez da criação de Ian Fleming um ícone global.
Mas Connery, que acabou de completar 90 anos, foi muito mais que a primeira encarnação de James Bond. Ao longo de sua carreira, o ator colecionou altos e baixos, trabalhou com os melhores e deixou os holofotes com um legado inigualável.
Tudo bem que seu último filme antes de se aposentar, "A Liga Extraordinária", de 2003, tenha sido um desastre de proporções bíblicas. Tudo bem que sua escolha em ser um astro de ação ao longo dos anos 1990 tenha rendido mais bombas ("Armadilha", "Os Vingadores", "Lancelot - O Primeiro Cavaleiro", "Sol Nascente") do que belezas.
Mas tudo é perdoável a este que é uma das últimas lendas vivas do cinema, um ator completo que tornou-se símbolo do melhor que a arte pode oferecer. Todos o conhecem como James Bond, e justamente por isso separei doze pérolas para que possamos lembrar do ator por trás do ícone. E quando temos o privilégio de celebrar uma lenda que continua entre nós?
12. A ROCHA
(The Rock, Michael Bay, 1996)
Michael Bay em seu melhor momento (bom...), Nicolas Cage abraçando sua fase "astro de ação" e Sean Connery, muito tranquilo, mostrando onde seu James Bond esteve por décadas. "A Rocha" é raso feito pires, mas empolga e é bonitão de se ver.
11. O NOME DA ROSA
(The Name of the Rose, Jean-Jaques Annaud, 1986)
Apesar do verniz classudo, o que não seria difícil ao adaptar uma obra de Umberto Eco, o filme de Jean-Jaques Annaud é um thriller até convencional, uma "caça ao assassino" que troca mansões vitorianas na Inglaterra por um monastério isolado. Ainda assim, a atmosfera densa sustenta um filme superior.
10. OS BANDIDOS DO TEMPO
(Time Bandits, Terry Gilliam, 1981)
Diz a lenda que Terry Gillian queria "alguém como Sean Connery" para interpretar o Rei Agamemnon em sua fantasia épica - e a sugestão foi "pergunte ao próprio!". O resultado é o astro emprestando sua enorme presença cênica em um filme visualmente espetacular e, como todo o trabalho do diretor, sempre surpreendente.
9. MARNIE, CONFISSÕES DE UMA LADRA
(Marnie, Alfred Hitchcock, 1964)
Connery já havia conquistado o planeta como James Bond, mas abriu espaço para trabalhar com o Mestre do Suspense. Ele é um viúvo que se envolve com uma ladra de personalidade instável (Tippi Hendren) em um trabalho menor de Hitchcock, que oscila entre o dramalhão e o suspense barato. Ainda assim, um filme irregular de Hitchcock deixa a concorrência na poeira.
8. ENCONTRANDO FORRESTER
(Finding Forrester, Gus Van Sant, 2000)
Em um mundo perfeito, este drama assinado por Gus Van Sant seria a última performance de Connery antes da aposentadoria. Em um trabalho espetacular, ele interpreta um escritor recluso morando no Bronx que torna-se o mentor de um prodígio. Nada de novo no front, ainda que honesto e genuinamente emocionante. Ok, foi aqui que Connery encerrou a carreira e não se fala mais nisso.
7. A COLINA DOS HOMENS PERDIDOS
(The Hill, Sidney Lumet, 1965)
Connery teve no diretor Sidney Lumet uma de suas melhores parceiras - cinco filmes, sendo o primeiro este drama sobre um campo de prisioneiros inglês durante a Segunda Guerra Mundial. Talvez por se encontrar no meio da tempestade de Bond, o astro entregou aqui uma interpretação física e psicologicamente brutal. Foi o filme que mostrou a Connery que interpretar um ícone não precisava ser um beco sem saída criativo em sua carreira.
6. A CAÇADA AO OUTUBRO VERMELHO
(The Hunt for Red October, John McTiernan, 1990)
O analista da CIA Jack Ryan teve aqui sua estreia no cinema, na pele de Alec Baldwin. Mas o comando do filme é indubitavelmente de Connery. No papel do comandante de um submarino nuclear russo, que pode ou não estar desertando para os Estados Unidos, o astro abusa de sua presença poderosa, alimentando a dubiedade de seu personagem. Ao contrário de boa parte dos filmes de ação contemporâneos, McTiernan criou um espetáculo menos explosivo e mais cerebral.
5. ASSASSINATO NO EXPRESSO DO ORIENTE
(Murder in the Orient Express, Sidney Lumet, 1974)
Sidney Lumet acabara de dirigir o drama policial "Sérpico" e queria um respiro do realismo urbano. Assumir a adaptação do romance de Agatha Christie, com um elenco estrelado como na era de ouro do cinemão, foi uma decisão estranhamente lógica. Connery, claro, foi o primeiro astro escalado para o filme e deu o tom a uma produção divertida e festejada.
4. VER-TE-EI NO INFERNO
(The Molly Maguires, Martin Ritt, 1970)
Sempre em busca de fugir da persona cinematográfica que Bond lhe legou, Connery encarou um tipo totalmente diferente neste drama de Martin Ritt. Seu personagem surge como líder entre mineiros de carvão na América do século 19, um imigrante irlandês que ergue-se contra a tirania de seus empregadores. Ele encontra em Richard Harris, um detetive infiltrado entre os operários, um contraponto que conduz a trama à tragédia.
3. INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA
(Indiana Jones and the Last Crusade, Steven Spielberg, 1989)
Poucas vezes o talento cômico de Sean Connery foi explorado como nesta "Última Cruzada". Steven Spielberg já colocou um dedo no humor ao escalar o ator como pai de Harrison Ford, que é apenas doze anos mais jovem que Connery. A sintonia, porém, foi perfeita. Spielberg chegou a convidar Jones Sr. Para "O Reino da Caveira de Cristal", mas Connery, apesar de honrado, disse que estava muito bem jogando golfe, obrigado.
2. OS INTOCÁVEIS
(The Untouchables, Brian De Palma, 1987)
Kevin Costner despontava como astro quando Brian De Palma o colocou à frente dessa adaptação da série da TV ianque. Mas foi Sean Connery quem amarrou a trama como Malone, policial veterano que, ao lado do Eliot Ness de Costner, forma o grupo que enfrenta o crime de Al Capone (Robert De Niro) na Chicago dos anos 30. Em sua única indicação ao Oscar, Connery saiu com a (merecida) estatueta em um filme que só cresce a cada revisão.
1. O HOMEM QUE QUERIA SER REI
(The Man Who Would Be King, John Huston, 1975)
Sean Connery e Michael Caine não poderiam estar mais longe de sua zona de conforto nessa aventura épica que John Huston adaptou do livro de Rudyard Kipling. Eles fazem dois soldados britânicos que, no coração do Himalaia, são confundidos com deuses em uma cidade perdida, povoada por nativos supersticiosos e repleta de ouro. Eles enxergam a oportunidade de voltar à civilização mais ricos do que possam imaginar, mas se veem inebriados pelo poder. Enquanto Caine desperta para a realidade e repetidamente busca fugir dali, antevendo que sua sorte não é eterna, Connery entrega-se à própria mentira. Huston subverte uma aventura histórica grandiosa no escopo de "Lawrence da Arábia" para revelar, na interpretação sublime de Sean Connery, o lado mais trágico da corrupção humana. Um filmaço, que coroa a carreira de um ator que provou estar acima de seu personagem mais famoso.
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