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6 filmes para perder o ranço de Robert Pattinson antes de ver o novo Batman
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"Ah, mas ele é o vampiro daquela série ruim!" Não há como apagar o passado. Robert Pattinson interpretou, sim, a criatura da noite eternamente adolescente na série "Crepúsculo". Entre 2008 e 2012, o ator inglês foi o rosto que embalou muitas adolescentes que sonhavam com um romance de fantasia. Era "Harry Potter" com pegação. Eram também filmes muito, mas muito ruins.
Comprar ingressoO pálido e inexpressivo Edward Cullen era, no fim das contas, apenas mais um papel. "Crepúsculo fechou a lojinha há uma década, e desde então Pattinson escolheu personagens complexos em filmes ousados. Há muito sua imagem de sex symbol teen ficou para trás.
Ainda assim, muita gente insiste em associá-lo ao papel, e para essa turma é quase impossível enxergar Pattinson como o intérprete ideal para um personagem tão emblemático como o bilionário Bruce Wayne, que veste uma fantasia elaborada e patrulha sua Gotham City espancando bandidos como o Cavaleiro das Trevas.
Acredite, Robert Pattinson é um dos atores mais interessantes de sua geração, um artista que não foge de papéis arriscados, que buscou ao longo dos anos lapidar suas habilidades dramáticas em filmes que fazem de "Crepúsculo" nada além de uma lembrança incômoda.
Para eliminar de vez qualquer má vontade com o novo Batman, selecionei seis filmes, totalmente diferentes entre si, que fornecem provas inabaláveis do talento inquestionável de Robert Pattinson. Como bônus, em nenhum deles sua pele brilha ao refletir a luz do Sol.
COSMÓPOLIS
(Cosmopolis, David Cronenberg, 2012)
A lembrança de "Crepúsculo" ainda era forte quando Pattinson embarcou nessa jornada psicodélica sob a direção de David Cronenberg. A segunda parte de "Amanhecer" ainda era forte quando o ator surgiu como um bilionário que cruza uma Manhattan caótica em uma limusine para cortar o cabelo com o antigo barbeiro de seu pai.
A premissa bizarra adapta a mesma complexidade psicológica do livro de Don DeLillo, com Pattinson segurando com brio a trama que traz uma reflexão sobre desumanização via poder econômico.
Disponível em streaming na Prime Video e no TeleCine
THE ROVER: A CAÇADA
(The Rover, David Michôd, 2014)
Pela primeira vez Pattinson quebrou o molde do "astro de cinema sedutor" que se tornara sua zona de conforto. Ambientado em um futuro próximo, quando o mundo está prestes a entrar em um colapso apocalíptico, um viajante (Guy Pearce) tem seu carro roubado por uma gangue.
Eles deixam o limitado Rey (Pattinson) para trás, e os dois foram uma simbiose involuntária em uma jornada para recuperar o veículo. Um filme brutal em que o ator flexiona seus músculos dramáticos, mostrando estar pronto para desafios ainda mais ousados.
Disponível em streaming na HBO Max
Z: A CIDADE PERDIDA
(The Lost City of Z, James Gray, 2016)
Em "Z: A Cidade Perdida", o show é inteiro de Charlie Hunnam. Ele é um explorador que, no começo do século 20, embrenha-se na floresta amazônica em busca de uma civilização desconhecida.
Um épico sobre exploradores ao estilo da "velha Hollywood", o filme traz Pattinson em um papel coadjuvante, mostrando que seu status de super astro, ainda um reflexo dos anos de "Crepúsculo", estava em segundo plano quando surgia um projeto irrecusável. "Z: A Cidade Perdida" provou, por fim, que ele estava mais interessado em evoluir como artista do que colher os louros da fama.
Disponível em streaming no TeleCine e no NOW
BOM COMPORTAMENTO
(Good Time, Josh e Benny Safdie, 2017)
No que talvez seja seu melhor filme, Robert Pattinson surge com sangue nos olhos para dar vida a Connie Nikas, um ladrão de bancos que causa a prisão de seu irmão mais novo. Para conseguir o dinheiro da fiança, ele mergulha em uma noite movida a drogas, violência e um clima de paranoia constante.
"Bom Comportamento" é um filme sujo, amoral e irresistível, conduzido por uma performance matadora de Pattinson, que caminha sem hesitar por uma corda bamba de ambiguidade moral e emoção insuspeita.
HIGH LIFE
(Claire Denis, 2018)
Pattinson não estava no radar para protagonizar essa ficção cientifica da francesa Claire Denis, aqui em seu primeiro filme em língua inglesa. Ao saber do projeto, porém, ele buscou a diretora e a convenceu por insistência e paixão.
"High Life" não traz uma narrativa linear, e surpreende a cada passo na trama de prisioneiros condenados à morte que são enviados em uma missão espacial para estudar uma nova forma de energia gerada por um buraco negro. Ao longo da jornada, loucura e morte convivem com a criação de uma nova vida, caminhos que se cruzam no enigmático personagem de Pattinson.
Disponível para aluguel no Looke
O FAROL
(The Lighthouse, Robert Eggers, 2019)
O segundo filme do diretor Robert Eggers consegue ser ainda mais brutal e poderoso que sua estreia, "A Bruxa". É também um filme ancorado unicamente na performance de seus dois protagonistas, únicos a dividir a cena ao longo da trama.
Ephraim (Robert Pattinson) e Thomas (Willem Dafoe) são responsáveis por um farol que ergue-se em uma ilha remota no litoral da Nova Inglaterra nos final do século 19. A convivência passivo-agressiva é um teste para a sanidade de cada um, que escondem segredos e parecem ceder à insanidade causada pelo isolamento.
"O Farol" é um filme brilhante, que nos surpreende com a direção notável de Eggers e com atores no auge de seu talento. É o que esperamos de um veterano como Dafoe, que aqui encontra Pattinson disposto a elevar seu jogo em um equilíbrio traduzido no mais puro terror.
Disponível em streaming no Prime Video
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