A magia murchou, mas não tema: Achamos 5 maneiras de salvar 'Harry Potter'

"Animais Fantásticos - O Segredo de Dumbledore" é um fracasso. Em duas semanas, o terceiro filme com as aventuras de Newt Scamander faturou pálidos US$ 70 milhões nos cinemas americanos, somando US$ 280 milhões em todo o mundo.

É muita grana, claro! Mas é também o valor mais baixo de um produto com o selo Harry Potter desde que a série foi iniciada em 2001 com "A Pedra Filosofal".

Com suas pernas devoradas pela animação "Os Caras Malvados", e perdendo a segunda posição no ranking semanal para um lançamento anterior, "Sonic 2", o prognóstico para "Animais Fantásticos" não é dos melhores.

O estúdio, claro, não vai demorar para acionar a sirene, mexer seus executivos e encontrar uma saída criativa para a série no cinema. Como produto, vale lembrar, "Harry Potter" continua campeão.

Sem a vitrine das aventuras na tela grande, porém, este mundo corre o risco de depender eternamente dos mesmos fãs. Para uma propriedade intelectual, a estagnação significa a morte.

Como eu sou um sujeito legal, e acho o Mundo da Magia o maior barato, queimei os neurônios com cinco sugestões fáceis e imediatas para a série recuperar seu mojo. Nem precisa agradecer! Basta mandar o cheque via coruja...

1. J.K. ROWLING PRECISA SAIR DE CENA

Todo o crédito do mundo para J.K. Rowling por ter criado Harry Potter no papel e, depois, confiado no estúdio para que os envolvidos com os filmes fizessem seu trabalho. Mas é isso: tapinha nas costas, royalties no banco e adeus.

Até porque Rowling nunca fez parte da indústria do cinema. O maior erro foi lhe darem tanto poder nos bastidores da série original, o que a convenceu erroneamente que ela tinha o talento para escrever os roteiros de "Animais Fantásticos". Spoiler: ela não tem.

Remover a criadora do circo pode parecer uma atitude radical, mas é a primeira medida para oxigenar o produto, para ouvir outras ideias. Para fazer com que o Mundo da Magia possa, mais uma vez, surpreender.

Acima de tudo, é uma ação para deixar gente séria à frente da marca, e não alguém que cria personagens novos em um papo com fãs no Twitter e depois tem de reconstruir sua história para encaixar a novidade.

2. O MUNDO DA MAGIA DEVE SER UM MUNDO DE CRIANÇAS

A saga "Harry Potter" foi feita para crianças. Ao longo de sete livros (e de oito filmes), os protagonistas cresceram ao lado de seu público. Os dramas, os dilemas, as ansiedades, o medo em amadurecer e encarar o mundo adulto era o mesmo - com a diferença que do lado de cá não temos uma varinha mágica.

A cultura pop atual é contaminada por um séquito de fãs, todos com boletos para pagar, que acham que fazer cosplay em uma convenção nerd anual os credencia como entusiastas melhores que outros. Não são.

Em vez de continuar buscando agradar a essa turma com conceitos "adultos" de "Animais Fantásticos", uma trama povoada por gente tão chata quando os fanáticos fervorosos, seria bem melhor desenvolver uma nova história, com protagonistas que mal se barbeiam, para que os verdadeiros fãs de "Harry Potter" - as crianças! - sintam-se representados.

3. UMA CONTINUAÇÃO COM O ELENCO ORIGINAL SERIA JOIA

Claro que os devotos tradicionais, aqueles que cresceram com os livros e filmes, e curtem a história sem achar que são donos dela, merecem um afago. Nada melhor, portanto, do que reunir a gangue original.

Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint foram um achado desde o primeiro filme, um trio que abraçou como poucos atores os personagens que eles deram vida. Com a história certa, e fugindo da obviedade de buscar conexões com o passado, seria bacana embarcar com eles em uma nova aventura.

Eu ainda encaixaria um novo filme cronologicamente antes daquela cena final do segundo "Relíquias da Morte". Pega a coisa poucos anos após a morte de Voldemort, com bruxos malvados disputando o vácuo de poder e Harry, mais maduro e consciente de suas responsabilidades, como o único capaz de detê-los. Ka-ching!

4. EXPLORAR O MUNDO DA MAGIA ALÉM DE HOGWARTS

Existe uma piada recorrente em "Star Wars": mesmo em um universo infinito, os personagens sempre terminam em Tatooine. Hogwarts, a escola de magia que abrigou Harry Potter, é o centro nervoso das histórias nesse mundo desde sua concepção. Mas já deu!

Talvez tenha chegado a hora de expandir um pouco essa geografia. "Harry Potter e o Cálice de Fogo" mostrou outras instituições pelo mundo dedicadas ao ensino das artes místicas. Por que, então, se prender a uma única locação?

Eu quero ver novos filmes ambientados em outros países, longe da Inglaterra, com tramas desenvolvidas com a sensibilidade de cada lugar. Como seria a escola de magia na China, na Nigéria, nos Estados Unidos, no Brasil?

Quem seriam seus fundadores, suas casas, seus professores e alunos? E, principalmente, que segredos sórdidos elas abrigariam, disparando sempre uma nova aventura?

5. ESQUECER QUE UM DIA HOUVE A SÉRIE "ANIMAIS FANTÁSTICOS"

Não existiu. Apaga. Esquece, foi um delírio coletivo. Não há nada para ver aqui. Bye.