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De 'Carrie' a 'It', os 15 melhores filmes baseados na obra de Stephen King
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Stephen King pode ser o mestre da literatura fantástica. Quando o assunto são as adaptações de sua obra, a qualidade despenca absurdamente. É um vexame.
Ainda assim, King segue como um dos autores mais adaptados de todos os tempos. Há mais mais de 350 produções alavancadas por seu nome, entre filmes para o cinema, longas para a TV, minisséries, curtas e games.
A esmagadora maioria dessas adaptações, entretanto, são uma vergonha. São coisas pavorosas como "O Apanhador de Sonhos", "Sonâmbulos" e os dois "Cemitério Maldito".
Foi difícil assistir ao segundo capítulo de "It" e ver absurdos imperdoáveis como a picaretagem "O Passageiro do Futuro" e "A Torre Negra", provavelmente seu trabalho mais desperdiçado fora do papel.
Não posso, portanto, deixar que a imagem de Stephen King para quem gosta de cinema fique com o gosto amargo de "Chamas da Vingança", ainda em cartaz. Para isso, separei quinze filmes, todos para o cinema, que honraram suas origens como uma obra do mestre, seja um livro, um conto, uma história curta. Dê uma chance!
15. O APRENDIZ
(Apt Pupil, Bryan Singer, 1998)
Um adolescente, que já não parece muito bem das ideias, faz amizade com um antihgo carrasco nazista, escondido em sua cidadezinha como um bom velhinho. Nem sempre o filme de Bryan Singer segura o texto, mas as atuações geniais de Brad Renfro e, claro, Ian McKellen, compensam os tropeços.
14. 1408
(Mikael Håfström, 2007)
Um escritor, famoso por desmascarar eventos sobrenaturais, hospeda-se em um hotel notório por seu quarto assombrado. O que seria uma noite revelando uma farsa torna-se uma jornada apavorante quando a fama do lugar mostra-se real. Em grande forma, John Cusack segura uma trama que evita sangue e violência ao privilegiar tensão psicológica. E nada é mais apavorante que o poder da sugestão.
13. O SOBREVIVENTE
(The Running Man, Paul Michael Glaser, 1987)
Boa parte da sátira social injetava por King em seu livro, que ele assinou como Richard Bachman, perdeu-se quando Arnold Schwarzenegger enxergou aqui um bom veículo para alavancar sua carreira. Ainda assim, o reality show em que os participantes são mortos para delírio da plateia se tornou, com o peso dos anos, mais e mais afastado da ficção. Assustador.
12. CUJO
(Lewis Teague, 1983)
Um simpático cão são bernardo contrai raiva ao ser mordido por um morcego, tornando-se uma fera assassina. Seu alvo é uma mãe, presa com seu filho dentro de um carro quebrado. O terror sufocante do livro de King encontra paralelo nessa versão para cinema, acentuada pela ótima performance de Dee Wallace.
11. À ESPERA DE UM MILAGRE
(The Green Mile, Frank Darabont, 1999)
Nos anos 1930, Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o responsável pelos prisioneiros à espera de seu destino no corredor da morte. A chegada de John Coffey (Michael Clarke Duncan) muda tudo que ele e seus colegas entendem por culpa, julgamento e redenção. Frank Darabont talvez tenha esticado a metragem do filme, mas termina sendo o tempo certo para uma mistura agridoce de drama e fantasia.
10. ECLIPSE TOTAL
(Dolores Claiborne, Taylor Hackford, 1995)
Após ser acusada do assassinato de sua patroa, Dolores Claiborne (Kathy Bates) recebe ajuda, ainda que hesitante, de sua filha (Jennifer Jason Leigh), com quem não tem contato há mais de uma década. A investigação termina por revelar segredos de família em um drama que concentra-se no terror que habita o coração dos homens.
9. IT - A COISA
(It, Andy Muschietti, 2017)
Depois da versão horrorosa para a TV no começo dos anos 1990, um dos trabalhos mais festejados de King ganhou nova chance em uma versão arrasadora. Um grupo de crianças é obrigado a enfrentar um demônio ancestral que assombra sua cidade. Os sustos são precisos, o texto funciona, o elenco é ótimo e a criatura, o palhaço Pennywise, é uma criação que fica para a história. Dica: fiquei só com o primeiro filme, já que o segundo capítulo é um desastre.
8. O NEVOEIRO
(The Mist, Frank Darabont, 2007)
Frank Darabont é um sádico. Além de adaptar à perfeição uma das histórias mais emblemáticas de King, ele ainda colocou um epílogo que a torna ainda mais perturbadora. Um nevoeiro toma uma cidadezinha, isolando vários moradores em um mercado. Na névoa, criaturas abissais trazem morte certa. Entre os sobreviventes, porém, está a verdadeira ameaça, potencializada pelo fanatismo religioso e pelo instinto de sobrevivência.
7. CHRISTINE, O CARRO ASSASSINO
(Christine, John Carpenter, 1983)
O diretor John Carpenter entendeu que "Christine" é uma história de amor com uma premissa absurda. Para proteger seu dono nerd, um carrão passa a perseguir e matar seus desafetos. Existe um subtexto sexual no texto de King subvertido pelo talento crescente de Carpenter. E ver um Plymouth Fury se reconstruir em toda sua glória vermelho sangue é um barato.
6. NA HORA DA ZONA MORTA
(The Dead Zone, David Cronenberg, 1983)
O que fazer quando você enxerga, com toda a clareza, a sequencia de eventos que vai trazer o fim do mundo? É o dilema do personagem de Christopher Walken, um sujeito que acorda de um coma com a habilidade de ver o futuro. David Cronenberg traduz com exatidão a ideia de King sobre medo e ansiedade, um filme que a cada dia torna-se assustadoramente real.
5. LOUCA OBSESSÃO
(Misery, Rob Reiner, 1990)
Algumas das melhores histórias de Stephen King são as mais simples. "Louca Obsessão" é espartana em sua estrutura. Um escritor (James Caan) é resgatado de um acidente de carro por uma fã determinada (Kathy Bates). Quando ela lê que ele planeja a morte de sua personagem favorita, o obriga a escrever um novo final para seu livro. O isolamento traduzido em violência é amplificado pela direção de Rob Reiner, que rodou em ordem cronológica. E você nunca mais verá uma marreta com os mesmos olhos...
4. CONTA COMIGO
(Stand by Me, Rob Reiner, 1986)
O terror em "Conta Comigo" surge lentamente com a premissa do desconhecido. É essa jornada que quatro amigos, nos anos 1950, abraçam ao partir em busca do corpo de um jovem atropelado por um trem. Mal arranhando a adolescência, o quarteto descobre, juntos, o valor da amizade, a dor da perda, o preço do abuso e o legado de uma história. Um filme belíssimo, agridoce e atemporal.
3. CARRIE, A ESTRANHA
(Carrie, Brian De Palma, 1976)
O primeiro livro de Stephen King adaptado para o cinema foi, de cara, um choque para o mundo. A história da adolescente com poderes paranormais já trazia um pouco de cada fragmento da mente fértil do autor.
Tem fanatismo religioso, isolamento social, o tormento da adolescência e um monstro implacável - que, no caso, também é sua heroína. Brian De Palma adicionou seu toque extravagante à direção... E um clássico instantâneo nasceu..
2. UM SONHO DE LIBERDADE
(The Shawshank Redemption, Frank Darabont, 1994)
O terceiro filme de Frank Darabont na lista é também sua estreia como diretor e seu melhor trabalho. Baseado na novella "Rita Wayworth and the Shawshank Redemption", é uma obra sobre perseverança, sobre enfrentar o inferno na Terra, mas com um propósito.
É o que conduz Andy Dufresne (Tim Robbins), condenado à prisão perpétua pelo assassinato de sua mulher. Em décadas na prisão, ele torna-se amigo de Red (Morgan Freeman), um preso mais pragmático sobre sua situação, mas sabe que seu fim não encontra-se atrás dos muros pesados do lugar. Propósito. "Um Sonho de Liberdade" é, acima de tudo, sobre esperança, e como ela pode brilhar nos lugares mais improváveis.
1. O ILUMINADO
(The Shining, Stanley Kubrick, 1980)
Ao longo das últimas décadas, Stephen King fez as pazes com a adaptação de Stanley Kubrick para "O Iluminado". Ele não gostou das alterações feitas pelo cineasta em sua obra, que tornou-se menos sobre um garoto por poderes paranormais, e mais sobre a loucura que está a um passo de nos dominar.
Kubrick, por fim, estava certo sobre sua visão. Ele criou um pesadelo impecável, uma obra que atravessa o teste do tempo e que desde seu lançamento já garantiu seu lugar na história. Jack Nicholson é o escritor que, ao lado de mulher e filho, isola-se em um hotel fechado para o inverno.
Em troca de cuidar do lugar, ele ganha paz para terminar seu livro. Mas o hotel, o imponente Overlook, é lugar de traumas passados, de fantasmas que teimam em tomar seus corredores, a representação física do mal, atraída pelo pequeno Danny como um farol traz um barco à deriva na tempestade.
"O Iluminado" - que ganhou uma boa continuação em "Doutor Sono" -, continua, mais de quatro décadas depois de seu lançamento, como a mais perfeita tradução das palavras de Stephen King para o cinema. Foi preciso um gênio para entender um mestre.
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