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'A Maldição: Despertar dos Mortos' traz ação zumbi em ritmo de série de TV
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A Coreia do Sul é, hoje, uma das grandes potências mundiais do entretenimento. Com um plano traçado já nos anos 1990, o país hoje tem excelência em filmes, séries para a TV e também na música pop.
Nem todo produto, claro, é "Parasita", "Round 6" ou o BTS. Em meio aos destaques que mobilizam o mundo, outros projetos servem para fazer volume e, principalmente, para assegurar a manutenção de sua supremacia.
"A Maldição: O Despertar dos Mortos" é um ótimo exemplo deste meio do caminho que, se não se destaca por seus méritos artísticos, é decente e bem produzida o suficiente para trazer duas horinhas de diversão a um público curioso e cada vez maior.
Apesar das credenciais, especialmente o roteiro assinado por Yeon Sang-ho, que dirigiu o surpreendente "Invasão Zumbi", o registro aqui não é o do terror intenso, e sim da fantasia de ação. Tem perseguições de carro, cenas de luta, um ritmo frenético e, surpreendendo um total de zero pessoas, zumbis.
Os desmortos são, aqui, chamados jaechaui - cadáveres reanimados, um esquadrão imbatível controlado pela magia de um feiticeiro. A trama começa como o mistério de um assassinato investigado pela repórter Im Jin-hee (a versátil Uhm Ji-won) que se desdobra em uma história de vingança.
O diretor Kim Yong-wan desenha algumas sequências interessantes, em especial o ataque de uma centena de mortos-vivos, que invadem um edifício e correm por uma rodovia para matar um dos diretores de uma empresa farmacêutica. Não existe muita surpresa ao descobrir quem são os verdadeiros bandidos.
Se a narrativa parece por vezes desconexa, a explicação é que "A Maldição" é uma continuação da série "The Cursed", exibida na TV coreana no começo de 2020. Mesmo assim, não é imperativo nenhum conhecimento prévio para mergulhar na história.
O revés é a percepção que "A Maldição" tenha herdado os valores de produção de seu predecessor televisivo. Ao contrário de outros filmes de terror e fantasia produzidos na Coreia do Sul, falta aqui o escopo de um produto para o cinema, um verniz que justifique a exibição em tela grande.
No grande esquema das coisas, porém, são pecados menores. Como produto, "A Maldição" confirma a eficiência de produtores da Coreia do Sul em criar filme e séries do gênero fantástico, que não só correm o mundo com mais facilidade mas também servem para exercitar gerações de cineastas a lapidar seu ofício. "Parasita" não foi obra do acaso. "A Maldição", embora não se compare, faz parte da mesma carpintaria.
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