Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Indiana Jones! Tom Cruise! Homem-Aranha! 10 filmes para não perder em 2023
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Super-heróis e filmes de terror. Continuações de séries milionárias e a volta de diretores consagrados. O cinema em 2023 de muitas formas parece uma repetição do ano que passou. É compreensível, especialmente quando olhamos para Hollywood.
O público parece disposto a encarar o cinema pelo espetáculo. Os produtores e cineastas, por sua vez, seguem um caminho com menos riscos. Não que filmes modestos e independentes tenham sumido de cena, mas a experiência do cinema parece cada vez mais pertencer ao espetáculo.
Ainda assim, existe mérito no cinemão. Se a arte existe para trazer reflexão, o espaço para o entretenimento continua essencial. Mesmo que a fórmula pareça requentada, é possível separar o joio do trigo na avalanche de lançamentos que o cinema (e o streaming) espera em 2023.
A Marvel vai continuar a expansão de seu universo cinematográfico ("Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania", "Guardiões da Galáxia Vol. 3" e "The Marvels").
Já a DC fecha a lojinha de sua era pré-James Gunn ("Shazam! Fúria dos Deuses", "The Flash", "Besouro Azul" e "Aquaman e o Reino Perdido").
Embora o cinema de terror traga novos rostos ("M3gan", "Last Voyage of the Demeter"), sua força está mesmo nas continuações. De um novo "Pânico" ao décimo (!) "Jogos Mortais", passando por velhos conhecidos como "A Morte do Demônio", "Sobrenatural", "The Meg", " A Freira" e "O Exorcista".
Boa parte dos filmes originais está na mão de diretores consagrados. 2023 traz novos trabalhos de Neil Jordan ("Marlowe", que o reúne com Liam Neeson), Guy Ritchie ("The Covenant"), M. Night Shyamalan ("Batem à Porta"), Matthew Vaughn ("Argylle", filme de espiões com Henry Cavill), Neill Blomkamp ("Gran Turismo", sim, do jogo), Kenneth Branagh ("A Haunting in Venice") e Taika Waititi ("Next Goal Wins").
Indo na contramão das produções originais, séries consagradas ganham novos capítulos. É a vez de "Velozes & Furiosos X", "Transformers: O Despertar das Feras", "Creed III", "O Protetor 3", um quarto "Os Mercenários" e de mais um reboot de "As Tartarugas Ninja".
Por outro lado, algumas novidades parecem lapidadas para gerar novas séries. É o caso de "Barbie" (claro), da ficção científica "65", de "Kraven, o Caçador" e dos absurdamente óbvios "Dungeons & Dragons" e o novo "Jogos Vorazes".
"A Pequena Sereia" e "Haunted Mansion" trazem a Disney em mais adaptações de sua extensa biblioteca de propriedades intelectuais, "Elemental" sugere um filme da Pixar movido a criatividade, e não a produtos (essa foi para você, "Lightyear"), e confesso estar curioso com "SuperMario Bros." e, principalmente, com "Coyote vs. ACME".
A lista a seguir traz os dez filmes que, de alguma forma, atiçaram meu entusiasmo para o ano que se inicia. Alguns são produções para o streaming, outros sugerem puro prazer cinematográfico, e o primeiro lugar não poderia ser mais óbvio. Não é "O Urso do Pó Branco" - mas poderia ser!
10 OPPENHEIMER
(Christopher Nolan)
Se o trailer didático e monotônico não impressionou, as credenciais de Christopher Nolan são o bastante para prestar atenção. Aventurando-se pela primeira vez em terreno biográfico, o diretor de "O Cavaleiro das Trevas" e "Dunkirk" explora a trajetória do cientista que ajudou a desenvolver a bomba atômica. Cilliam Murphy lidera um elenco que também traz Emily Blunt, Matt Damon, Florence Pugh, Gary Oldman, Rami Malek e Robert Downey Jr.
9 RENFIELD
(Chris McKay)
Nicolas Cage continua sendo o ator mais ocupado em Hollywood. Com as contas (supostamente) pagas, entretanto, ele tem escolhido melhor seus projetos. Foi o caso de "O Peso do Talento" ano passado. Espera-se que o dedo verde se pepita neste "Renfield", que traz o livro clássico de Bram Stoker no ponto de vista do servo do Senhor dos Vampiros. Cage, claro, assume o papel de Drácula, buscando inspiração em Christopher Lee. Ele divide a cena com Nicholas Hoult e Awkwafina.
8 ASTEROID CITY
(Wes Anderson)
O diretor de "O Grande Hotel Budapeste" e "A Crônica Francesa" reúne o que talvez seja seu maior elenco num projeto ambicioso. Ambientado em 1955, "Asteroid City" traz estudantes e seus pais, vindos de todos os cantos dos Estados Unidos, em uma cidadezinha em meio do deserto para uma convenção de astrônomos amadores. Um evento cataclísmico dispara a trama, que traz Tom Hanks, Scarlett Johansson, Adrien Brody, Edward Norton, Tilda Swinton e mais um monte de gente. Mesmo.
7 JOHN WICK 4: BABA YAGA
(John Wick Chapter 4, Chad Stahelski)
O que era para ser mais um filme de ação genérico expandiu-se em uma série prestes a gerar outros produtos, como "The Continental" e "Ballerina". Neste quarto capítulo, entretanto, acompanhamos Keanu Reeves nessa ramificação da mitologia de uma guilda de assassinos atuando em todo o mundo. Cada novo "John Wick" trouxe uma evolução narrativa e qualitativa, com Chad Stahelski ampliando o escopo narrativo das cenas de ação. Com a adição de Donnie Yen e Hiroyuki Sanada, a coisa ficou séria.
6 MISSÃO: IMPOSSÍVEL - ACERTO DE CONTAS
(Mission: Impossible - Dead Reckoning, Christopher McQuarrie)
O sucesso avassalador de "Top Gun: Maverick" trouxe interesse renovado em Tom Cruise como o maior astro de cinema do planeta. Consequentemente, todos os olhos se voltar para este sétimo (!) capítulo da série "Missão: Impossível", que supostamente traz a última aventura do mega espião Ethan Hunt - a segunda parte de "Acerto de Contas", em produção, estreia ano que vem. A aventura anterior, "Efeito Fallout", é o ponto alto dos filmes, mas o roteirista e diretor Christopher McQuarrie parece disposto a dobrar a aposta.
5 DUNA PARTE 2
(Dune Part 2, Denis Villeneuve)
A adaptação impressionante do clássico de Frank Herbert, conduzida por Denis Villeneuve, quase ficou incompleta. A primeira parte foi lançada em 2021, com o mundo sob a sombra da pandemia e o estúdio determinado a disponibilizar o filme simultaneamente em streaming. A estratégia quase saiu pela culatra, com o filme mal recuperando o investimento. Cabeças sensatas prevaleceram, e a conclusão da saga de Paul Atreides (Timothée Chalamet) na libertação do planeta Arrakis será concluída. Épico!
4 THE KILLER
(David Fincher)
Depois do excepcional "Mank", David Fincher segue confortável em sua parceria com a Netflix. Este "The Killer" traz Michael Fassbender na adaptação da série de quadrinhos criada por Matz, pseudônimo do escritor Alexis Nolent. Originalmente publicado em doze volumes entre 1998 e 2013 como "Le Teur"), a HQ traz um assassino profissional abalado psicologicamente ao encarar a consequência de seus atos. Seus antigos colegas, entretanto, necessitam de suas habilidades mais uma vez. É David Fincher, quero para ontem!
3 HOMEM-ARANHA ATRAVÉS DO ARANHAVERSO
(Spider-Man Across the Spiderverse, Joaqum dos Santos, Kemo Powers e Justin K. Thompson)
Ok, o conceito do multiverso meio que se tornou a muleta preferida dos filmes de super-heróis. No universo animado encabeçado por Miles Morales, entretanto, ele funciona. "Homem-Aranha no Aranhaverso" (2018) foi uma beleza de filme, apresentando essa nova versão do herói aracnídeo. "Através do Aranhaverso" (que será dividido em duas partes) traz Morales, Gwen Stacy e Peter Parker em mais uma aventura, desta vez com uma penca de outros "Homens-Aranha" de diversas realidades. Em jogo, claro, está o próprio universo. Ou seja: round two, fight!
2 KILLERS OF THE FLOWER MOON
(Martin Scorsese)
"Killers of the Flower Moon" não tem data para estrear. Essa é a verdade. O novo filme de Martin Scorsese vai ficar pronto quando ele disser que está pronto. Tudo bem, privilégio do maior e mais brilhante diretor hoje em atividade. A adaptação do livro de David Grann, sobre uma investigação de assassinato numa reserva indígena nos anos 1920, tem Leonardo DiCaprio (sua sexta colaboração com o diretor) e Robert De Niro (décima parceria com Scorsese). O orçamento de US$ 200 milhões foi bancado pela Apple. Fica a esperança de ver "Killer of the Flower Moon" no cinema. De preferência, este ano.
1 INDIANA JONES E O CHAMADO DO DESTINO
(Indiana Jones and the Dial of Destiny, James Mangold)
Indiana Jones é o personagem mais espetacular da história do cinema. Ponto. Neste quinto filme, Harrison Ford (supostamente) se despede do papel, encerrando (supostamente) as aventuras do arqueólogo no cinema. A responsabilidade do diretor James Mangold, que assumiu o leme no lugar de Steven Spielberg, é imensa. O filme tem um prólogo na Segunda Guerra com Ford rejuvenescido digitalmente, partindo para uma aventura ambientada em 1969. Phoebe Waller-Bridge, Antonio Banderas, Mads Mikkelsen e Boyd Holbrook completam o elenco. Eu estou iludido desde sempre e cravo, aqui e agora, que "Indiana Jones e o Chamado do Destino" será o melhor filme do ano. E se não for? Bom, sempre teremos Paris...
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.