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10 versões live action de animações bem melhores do que 'A Pequena Sereia'
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A chegada de Ariel em "A Pequena Sereia" nos cinemas disparou uma discussão interminável-porém-bacana. Existe mérito em transformar um desenho animado em um filme com pessoas de verdade? Essas versões podem ir além do óbvio produto caça níqueis? Em algum momento vale a pena optar pela releitura, e não pelo original?
A resposta para tais perguntas é absolutamente chocante: sim, sim e com certeza. Não existe nada sagrado em um naco de cultura pop que o impeça de ser reinterpretado, refilmado ou remixado. Como todo produto cultural, não existe regras, e o resultado nem sempre acerta no alvo.
Para colocar água na fervura, o que a gente faz? Uma lista, claro. Se "A Pequena Sereia" não consegue pegar no tranco nem com a performance brilhante de Halle Bailey como Ariel, pincelei no compilado abaixo uma dezena de títulos que, de uma forma ou de outra, foram bem-sucedidos no salto. Se uma seleção definitiva fica a gosto do freguês, os título que separei ao menos alimentam o papo. Concorda? Discorda? Manifeste-se!
10 MESTRES DO UNIVERSO
(Masters of the Universe, 1987)
"Mestres do Universo" é um filme bom? Mas de forma alguma! Agora, é divertido? Ah, de ponta a ponta. Existe um certo charme cafona em ver o super-herói He-Man materializado em carne, ossos e canastrice por Dolph Lundgren, e não é ao acaso que sua primeira (e até o momento, única) aventura em live action tenha adquirido status de cult movie ao longo dos anos. Não tem Eternia, não tem Gorpo, não tem Gato Guerreiro, não tem príncipe Adam. Mas tem a Mônica de "Friends". Já é alguma coisa!
9 OS FLINTSTONES
(The Flintstones, 1994)
Em 1994 os efeitos digitais estavam engatinhando. Existe um ou outro retoque, mas essa versão do desenho animado clássico usou trucagens em cena para reproduzir o mundo pré-histórico de Bedrock, em que Fred e cia. enfrentam a ameaça do... mundo corporativo! "Os Flintstones" tem um ou outro escorregão de ritmo, compensado pelo elenco afiado - em especial John Goodman e Rick Moranis como Fred e Barney -, além de Halle Berry como uma femme fatale chamada... Sharon Stone!
8 SONIC/SONIC 2
(Sonic/Sonic 2, 2020/2022)
Ok, eu sei que o porco-espinho com complexo de Flash é uma criação dos games. Mas ele também teve uma série animada, então entra na minha! As duas aventuras de Sonic no cinema não saem muito da formalidade das histórias de heróis. Mas são divertidas, aceleradas (!) e com um coração gigante. Jim Carrey obviamente assume o controle da cena como o vilão Robotnik, a cereja no bolo de um par de filmes muito fofos!
7 SPEED RACER
(Speed Racer, 2008)
Para mim a birra com essa aventura assinada pelas irmãs Wachowski pós-Matrix é totalmente descabida. Existe em "Speed Racer" uma explosão de criatividade que deveria ser regra na adaptação live action de qualquer anime. Existe uma trama de núcleo familiar e emotivo fortíssimo, Emile Hirsch é um charme como Speed, e o filme é visualmente fantástico, como se novas cores tivessem sido inventadas para pintar seu mundo hiper realista. Dê uma chance que garanto uma sugar rush sem igual.
6 TICO & TECO: DEFENSORES DA LEI
(Chip 'n Dale: Rescue Rangers, 2022)
Vamos deixar uma coisa clara: "Tico & Teco" é, sim, uma continuação não oficial de "Uma Cilada Para Roger Rabbt". É a mesma Los Angeles, em que humanos e toons convivem nem sempre de forma harmoniosa. É neste cenário que os dois esquilos, depois de anos afastados por tretas profissionais, precisam trabalhar juntos mais uma vez para resolver um grande mistério. Além das dúzias de participações especiais inusitadas, "Tico & Teco" é surpreendentemente afiado com a própria indústria que assinou os cheques da produção. Nem tinha o direito de ser tão bom, mas é!
5 A BELA E A FERA
(Beauty and the Beast, 2017)
As adaptações live action de desenhos animados Disney seguem a regra não oficial de não mexer em time vencedor. A graça é reproduzir sua fonte passo a passo e contar os dólares em caixa. É o que acontece neste "A Bela e a Fera", mas o diretor Bill Condon o faz não como imitação pura e simples (oi, "Rel Leão", tudo bem?), e sim com evidente paixão e reverência. Esse cuidado está impresso em cada fotograma da aventura que traz Emma Watson como Bella, a jovem que enxerga o coração de um monstro. Uma belezinha!
4 A FAMÍLIA ADDAMS 2
(Addams Family Values, 1993)
Charles Addams criou sua família macabra como quadrinhos de uma única página em 1938, que se tornou série de TV em 1964 e desenho animado em 1973. Quando Barry Sonnelfeld finalmente levou "A Família Addams" ao cinema em 1991, seu charme ferino estava intocado. Mas foi com essa continuação lançada dois anos depois que o diretor tirou o pé do freio. Tudo aqui é melhor, da trama esperta ao humor ácido, da observação mordaz ao conservadorismo ianque ao respeito às diferentes personalidades convivendo em harmonia. Jenny Ortega ainda tem de comer muito feijão.
3 CRUELLA
(Cruella, 2021)
A Disney já havia adaptado seu "101 Dálmatas" em dois filmes com Glenn Close à frente. A melhor decisão em "Cruella" foi reimaginar todo seu conceito. De vilã caricata, a protagonista transmutou-se em ícone fashion e anti heroína com muito a provar. Emma Stone encontrou esse equilíbrio em uma trama que honra o original ao adicionar novas camadas. Os dálmatas? Ah, aqui eles são só amor!
2 AS TARTARUGAS NINJA
(Teenage Mutant Ninja Turtles, 1990)
A criação de Kevin Eastman e Peter Laird saltou dos quadrinhos independentes para o sucesso na TV como uma das animações mais emblemáticas dos anos 1980. Mas o sucesso do filme assinado por Steve Barron veio literalmente do nada: uma produção independente que, apesar de usar a ambientação da animação como base, mostrou-se uma aventura levemente mais sombria e com ênfase nas artes marciais. O que não deve ter sido fácil para os dublês que capricharam na coreografia com os trajes pesados das tartarugas. Um filmaço que merece ser redescoberto!
1 MOGLI, O MENINO LOBO
(The Jungle Book, 2016)
O diretor Jon Favreau alcançou um verdadeiro milagre com sua adaptação do clássico Disney. Mesmo com os animais digitais e o cenário 100 por cento criado em computador, este "Mogli" em nenhum momento perde seu núcleo emocional, que é a jornada do jovem (interpretado com vigor por Neel Sethi) adotado por uma matilha em meio à selva. Ao contrário do vacilo do próprio Favreu em "O Rei Leão", e dos animais empalhados no novo "A Pequena Sereia", aqui a bicharada digital é capaz de exprimir emoções! Como consequência, também emocionam.
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