Roberto Sadovski

Roberto Sadovski

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Opinião

'BlackBerry' é filme ágil e esperto sobre a história do primeiro smartphone

Filmes como "BlackBerry" existem pela nossa natureza curiosa. Sejam pessoas, eventos e, agora, objetos, observar a dramatização da ascensão e queda de algo que faz parte do inconsciente coletivo e da cultura pop é fascinante. Às vezes a vida, com seus altos e baixos, é só rotina. Outras, como no caso dessa produção canadense, é entretenimento.

Adaptando o livro "Losing the Signal", o diretor Matt Johnson traçou uma história curiosa sobre como as inovações tecnológicas por vezes se perdem com a marcha do tempo. No caso, a criação do BlackBerry, o primeiro smartphone, que após dominar o mercado como um aparelho revolucionário, tornou-se peça de museu quando foi atropelado pelo iPhone.

"BlackBerry", como todo bom filme, é sobre pessoas. No caso, os amigos Mike Lazaridis (Jay Baruchel) e Doug Fregin (o próprio Matt Johnson), dois engenheiros que criaram uma startup para desenvolver uma engenhoca que combinasse telefone e computador na palma da mão. A entrada do executivo Jim Balsillie (Glenn Howerton) causa fricção no ambiente nerd-festivo, mas profissionaliza a empresa para crescer no ritmo de bilhões após o lançamento do BlackBerry.

Siga o Splash no

Como todo filme inspirado em acontecimento reais, "BlackBerry" reconstrói a ordem dos fatos e a personalidade de seus protagonistas para criar sua narrativa cinematográfica. Essa liberdade também causa algumas lacunas, como personagens que surgem e desaparecem sem maiores explicações e pontos na trama que perdem com o desenvolvimento raso.

São tropeços menores em um filme ágil e esperto, um recorte de uma história narrada em noticiários que aqui ganha um holofote em seus bastidores. Assim como "Air", "Tetris" e outros "filmes sobre coisas", "BlackBerry" joga um perfume empolgante e divertido na vida real, é redondinho, envolvente e perfeitamente esquecível. Assim como aquele "celular com teclados" que já foi símbolo de status e hoje está largado no fundo da gaveta.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes