10 filmes sobre reality TV muito mais divertidos do que assistir ao BBB
É um ritual que, ao longo de duas décadas, se tornou hábito de muitos brasileiros: acompanhar as peripécias dos confinados na versão nativa do Big Brother. Entre anônimos e subcelebridades, uma dúzia de bravos são confinados em uma casa/cenário para sobreviver ao escrutínio público, garfar uma grana e pleitear os 15 minutos profetizados por Andy Warhol.
O cinema, é claro, chegou antes e faz melhor. Filmes que exploram a exposição na TV como mecanismo social existem há boas décadas, assim como a dramatização da reality TV como forma de entretenimento. Quando o BBB foi lançado em 2002, a ideia de registrar os passos de pessoas normais ao vivo e em rede nacional já não era novidade.
O listão a seguir elenca uma dezena de filmes que usaram a reality TV — ou alguma variação — como ferramenta para contar uma história. Em todos os casos, mesmo em filmes de terror baratos, o resultado ainda é mais divertido do que a janela midiática que domina a opinião pública por aqui a cada temporada. Se alguma coisa eles têm acertado, eu nunca vou descobrir: não assisto ao BBB.
A VIDA COMO ELA É
(Real Life, Albert Brooks, 1979)
O primeiro filme de Albert Brooks na direção já antevia a reality TV como forma de entretenimento. Inspirado em "An American Family", protótipo do formato lançado como documentário em 1973, Brooks interpretou uma versão exagerada de si mesmo como um produtor que registra a rotina de uma família "perfeita". Mas não há fachada que resista a uma câmera ligada.
A MORTE AO VIVO
(La Mort en Direct, Bertrand Tavernier, 1980)
Romy Schneider, imortalizada como a imperatriz austríaca da série "Sissi", estrela essa ficção científica distópica. Numa época em que as doenças haviam sido erradicadas, ela contrai uma enfermidade incurável e se torna celebridade involuntária, sua jornada registrada à sua revelia por um homem com câmeras implantadas em seus olhos (papel de Harvey Keitel). O cinema PRECISA de mais filmes assim!
O SOBREVIVENTE
(The Running Man, Paul Michael Glaser, 1987)
Em um futuro no qual a população é apaziguada ao acompanhar um reality show violento, Arnold Schwarzenegger é o policial acusado falsamente, obrigado a participar do programa. Seu carisma ao despachar seus algozes, todos celebridades nesse jogo da morte, muda a opinião pública a seu favor. E, sim, ele diz "I'll be back!" - e a gente sabe que é uma promessa!
O SHOW DE TRUMAN
(The Truman Show, Peter Weir, 1998)
A combinação genial do diretor Peter Weir com o talento de Jim Carrey elevou essa fantasia à categoria de obra-prima moderna. Truman é o astro do maior reality show do planeta, cada passo monitorado e acompanhado desde o berço - mesmo que ele não faça a menor ideia de que o mundo em que vive é falso. Um filme delicado e emocionante, que discute nossa obsessão com a fama de forma cirúrgica.
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Quero receberEDtv
(EDtv, Ron Howard, 1999)
Talvez o impacto dessa dramédia com Matthew McConaughey tenha sido amaciado na época por ainda estar na sombra de "O Show de Truman". Ainda assim, Ron Howard criou um recorte estranhamente profundo sobre os efeitos da superexposição em uma pessoa normal. No caso Ed, que topa ter sua vida transmitida pela TV 24/7 e logo sofre os efeitos da fama.
SHOWTIME
(Showtime, Tom Dey, 2002)
Dois policiais de Los Angeles concordam em ter seus passos registrados como um programa de TV para livrar o DP de uma ação milionária. Um deles (Robert De Niro) não gosta da ideia, o outro (Eddie Murphy) vê a chance de se tornar ator - tudo durante uma investigação sobre armas contrabandeadas. A cereja no bolo é William Shatner fazendo o papel de... William Shatner!
METIDO EM ENCRENCA
(Run Ronnie Run, Troy Miller, 2002)
Ronnie (David Cross) é um ladrão barato, um perdedor preocupado em beber cerveja e em ser desagradável. Com estes "predicados", ele também se torna astro de um reality show estilo "Cops", que mostra sua prisão em uma cidade diferente a cada semana. O sucesso do programa lhe traz fama, fortuna... e ainda mais encrencas! "A arte imita a vida" etc e tal.
GAMER
(Gamer, Neveldine/Taylor, 2009)
"Gamer" leva o conceito de reality show ao extremo, com jogadores controlando "avatares" em um jogo violento, condenados à prisão que enxergam no jogo uma chance de ganhar sua liberdade. O controle de um ser humano é a extrapolação de uma pergunta básica: até que ponto estamos dispostos a abrir mão do livre arbítrio em nome do entretenimento? Se é que já não chegamos lá...
FENÔMENOS PARANORMAIS
(Grave Encounters, The Vicious Brothers, 2011)
Com o fenômeno do terror com "imagens reais" perdendo o apelo, aqui os produtores temperaram a tendência com uma dose de reality TV. A equipe de um programa que busca evidências de atividade paranormal em tempo real se dá mal quando decidem se trancar em um hospital psiquiátrico abandonado, que supostamente seria assombrado. Bom, melhor riscar o "supostamente"...
JOGOS VORAZES
(The Hunger Games, Gary Ross, 2012)
A mais bem-sucedida tradução de um reality show para o cinema é também seu retrato mais alarmante. Depois de uma guerra civil estraçalhar os EUA, a paz entre seus distritos é mantida com uma competição até a morte com jovens selecionados de lugares diferentes. O pacote aqui é completo, com crítica social, futuro distópico e o tom ridiculamente exagerado que envolve a competição. Vale tudo por uma boa audiência. Certo?
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