Cinco motivos do por que 'Pantanal' continua imperdível após 50 capítulos

Quando a gente achava que novela era um gênero morto, já sem nenhuma repercussão, vem um remake de uma história de 32 anos atrás para fazer todo mundo reviver o amor pelo gênero. É fato consumado: "Pantanal" é a primeira trama que cai na boca do povo de todas as classes desde "Avenida Brasil", de 10 anos atrás.

Eu estava num bloco de carnaval em abril e ouvi o sujeito do meu lado falando pro amigo: "Pô, eu só puxei papo com a mina para ver se rolava ficar com ela, mas ela foi mó Maria Marruá". "Flozô", uma expressão nada politicamente correta que Benedito Ruy Barbosa usou em 1990, voltou a ser falada por aí. E por aí vai.

Abaixo, cinco motivos pelos quais "Pantanal" continua forte mesmo depois do capítulo 50, quando as histórias começam a dar aquela estacionada:

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Contemplativa coisa nenhuma

A novela da Manchete tinha longos planos de tuiuiús sobrevoando o rio ao som da trilha de Marcus Vianna. Já a da Globo pode até te jogar numa espécie de contemplação da natureza — mas experimente ficar dois capítulos sem ver, que você fica mais perdido do que em "Avenida Brasil" ou "A Favorita". No meu grupo do "zap" das amigas que seguem a novela, tem sempre alguém perdido: "O Jove voltou pro Pantanal, não tava no Rio?"; "O que a Juma tá fazendo na casa do Zé Leôncio?"; "o Levi agora trabalha pro Tenório?".

Os banhos de rio e o beijo nada técnico

Cada cena de banho de rio é aguardada com ansiedade pelos fãs de "Pantanal". Não sei se é porque o mundo ficou mais careta, mas estou achando a Globo bem mais econômica do que a Manchete nesse quesito. A "Pantanal" original tinha um banho de rio dia sim, dia não, e agora... É preciso esperar mais de uma semana às vezes pra ver uma cena mais quente. Para compensar, a cena do primeiro beijo de Tadeu (José Loreto) em Guta (Julia Dalavia) reacendeu o debate se o tal do beijo técnico não é um mito do mesmo naipe do Papai Noel ou do Coelhinho da Páscoa.

O spoiler do remake

A nova "Pantanal" inaugurou esta nova categoria que circula nas revistas e na internet. O autor, Bruno Luperi, neto de Benedito Ruy Barbosa, sempre deixou claro que haveria mudanças mínimas nesta nova adaptação — ou seja, a história é essencialmente a mesma de 32 anos atrás. Isso prejudicou bastante as revistas e sites que antecipam as "novidades" da história. Há algumas semanas, a capa da revista Contigo estampava: "Jove é neto do velho do Rio". Ah, jura?? Mas o pior é que, como muito noveleiro tem memória curta, essa capa pode ter funcionado como a revelação bombástica que no fundo não era.

Maria Bruaca

Todo o elenco desta nova versão de "Pantanal" está lindamente escalado, com os atores mantendo ou superando o trabalho de seus colegas da versão de 1990. Marcos Palmeira (Zé Leôncio), Dira Paes (Filó), Osmar Prado (Velho do Rio), muita gente está dando show. Mas ninguém brilha tanto como Isabel Teixeira como a humilde Maria Bruaca. Se fosse americana, Isabel já teria garantido o seu Emmy na prateleira, nos comovendo e fazendo rir às vezes na mesma cena. Desde que descobriu a segunda família do seu marido Tenório (Murilo Benício), a pequena revolução que vem fazendo na sua vida e na das pessoas em volta virou um show à parte na novela. A internet vibra com gifs como "Bruaque-se", conclamando as mulheres passivas a darem a volta por cima e falar grosso com maridos folgados.

Joventino, o boy sensível e tóxico

Ok, logo no começo da novela já entendemos que Joventino (Jesuíta Barbosa) não é "flozô". E tóxico, será que ele é? Algumas atitudes indicaram que sim, e o debate pegou fogo na web. Jove botou Juma (Alanis Guillen) num avião para o Rio praticamente sem perguntar se ela queria viajar — o que, para alguns, já configurou um certo sequestro. Com a ex-namorada, a influenciadora Nayara (Victoria Rossetti), fez uma espécie de "ghosting" — sumiu sem terminar direito a relação — e só botou um ponto final direito na história quando a moça o botou na parede. De volta ao Pantanal, depois de virar a vida de Juma de cabeça para baixo, começou a mudar de ideia e pensar que aquela vida pantaneira não servia pra ele e que ele tinha "outras ambições" — sendo que no Rio ele sempre foi um "nem nem" (nem trabalhava, nem estudava). É melhor ele abrir o olho. Sua namorada pode ser muito compreensiva, mas a onça que habita nela não vai perdoar...

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