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Este conteúdo é uma produção do UOL Content_Lab para Disney e não faz parte do conteúdo jornalístico do UOL. Publicado em Junho de 2023

É o fim de Indiana Jones?

Quinto longa da saga é de tirar o fôlego - e pode marcar só o começo de uma paixão para jovens espectadores

oferecido por Selo Publieditorial

Quem vê Indiana Jones saindo da cama sem camisa e sem nenhum entusiasmo, aos 80 anos, para o último dia de trabalho antes da aposentadoria como arqueólogo pode até acreditar, por uns instantes, que esse é o fim da linha para o herói que o mundo adorou acompanhar ao longo de quatro décadas.

O desafio da produção em "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" parece ser este mesmo: dar um nó na cabeça dos pessimistas sobre um protagonista aventureiro e idoso. Se a ideia era surpreender, a missão foi cumprida com louvor.

Tudo no último episódio da série tem quebra de expectativas, exceto pela atuação de Ford, tão segura e íntima do personagem que carrega na pele por tanto tempo. O chapéu, o casaco de couro, o chicote e a icônica trilha sonora também foram mantidos, para a alegria dos fãs de longa data.

"Não evitamos o fato de que Indy envelheceu 40 anos. Nós abraçamos essa realidade", diz Ford sobre as gravações. "Enfrentamos os desafios que ele enfrenta, trazendo humanidade para a história. Muito ousado e excitante. Muito corajoso".

Como se fosse a primeira vez

À parte de tudo o que já vimos esse herói sem superpoderes fazer contando apenas com inteligência, uma sorte ímpar e seu faro competente para resolver enigmas, "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" traz elementos que atualizam até a ideia do que é ser herói — de pautas como filosofia a história, de viagem no tempo a recursos modernos como deep fake, de protagonista isolado a um que tem uma mulher como coprotagonista. E que mulher!

A estrela escolhida para dividir todas as cenas importantes do longa com Harrison Ford foi ninguém menos que Phoebe Waller-Bridge, atriz consagrada por seu trabalho na série autoral "Fleabag". A química da dupla funciona como se eles sempre tivessem segurado essa barra de salvar o mundo juntos, apesar do detalhe de que Waller-Bridge não era nem nascida quando Indiana Jones vestiu seu chapéu para desbravar o mundo pela primeira vez.

E são muitas "primeiras vezes" neste capítulo da saga, incluindo a direção, que não foi de Steven Spielberg. Em "Relíquia do Destino", Spielberg atuou como produtor e passou a claquete para James Mangold, conhecido por escrever e dirigir "Garota, Interrompida", "Logan" e "Ford x Ferrari", entre outros. Talvez por isso mesmo, as lufadas de novidades foram muitas, a começar pela temática do filme.

Desta vez, Indy tem como missão recuperar, ao lado da afilhada (Waller-Bridge) — e às vezes, apesar dela — um objeto capaz de mudar a história da humanidade por meio de viagens no tempo.

Da Grécia antiga à Alemanha nazista, passando pela Guerra Fria, "Relíquia do Destino" coloca uma pulga atrás da orelha de quem assiste: e se desse para a gente viajar no tempo e mudar tudo o que deu errado no passado?

Para dar conta de tamanha complexidade, a produção também se deslocou bastante no espaço, com locações no Marrocos, Sicília, Escócia e Inglaterra, além de palcos no Pinewood Studios nos arredores do centro de Londres. Tudo isso numa profusão de cenas apoteóticas, com luta em cima de trens, a bordo de avião, no fundo do mar, perseguição frenética de tuk-tuk e até fuga a cavalo em estação de metrô. Era aventura que você queria, @?

Tradição e tecnologia

Como contar uma história cheia de tradição nas telonas usando toda a tecnologia atual disponível, mas sem descaracterizar a saga?

De uma forma bem esperta, os cineastas criaram um prólogo cheio de ação, ambientado em 1944, no qual um jovem

Indy luta com inimigos nazistas. "Nesse caso, a ideia foi fazer uma sequência realmente trabalhosa com Indiana em seu auge, lutando contra os nazistas. Foi uma espécie de milagre", diz Mangold sobre a obra dos roteiristas.

Isso permitiria que o público se lembrasse de um rosto que não via há muito tempo. "Senti que tinha chance de fazer um filme com um jovem Harrison. Minha ambição queria essa chance, então escrevemos uma sequência, uma espécie de aventura elaborada que abre o filme".

E fez-se a magia: no começo do filme, o espectador pode ficar surpreso com a aparência de Harrison Ford com carinha de 40 anos. Tudo graças a elementos de computação gráfica (CG), que incluíam ambientes digitais inteiros, várias extensões de CG para definir construções e locais, animação de criaturas complexas e simulações de fenômenos climáticos naturais.

"Se o resultado final não ficasse convincente, todo o prólogo do filme falharia. Felizmente, o efeito foi perfeito", contou Mangold.

Para conseguir o tal milagre, a produção usou uma combinação de técnicas que envolviam tecnologia de substituição facial de ponta (ILM FaceSwap), que aproveita todas as nuances da aparência de um ator em cena.

A união entre arte e inteligência artificial foi bem afiada: as expressões faciais de Ford no set foram mapeadas para criar uma versão digital do rosto do ator. Usando o vasto arquivo de filmes anteriores da saga, a equipe conseguiu entregar um Indiana Jones jovem em cena. Haja coração!

Outros elementos uniram acervo histórico e tecnologia para servir tudo aos fãs no último filme da série: todas as cenas nos vagões nazistas foram construídas com dados sobre o trem de guerra de Hitler, o Führersonderzug.

O vagão dos tesouros também usou réplicas de obras de arte e antiguidades saqueadas pelos nazistas. Entre os itens, estão recriações da Lança de Longinus ou Lança do Destino, que acredita-se ser a arma que perfurou um Jesus crucificado no Monte Gólgota. Há também elementos do Sacro Império Romano, roubados em 1938 e escondidos em túneis sob o Castelo de Nuremberg, até serem recuperados após a Segunda Guerra Mundial.

Elenco surpreendente

Além da inusitada parceria com Phoebe Waller-Bridge, "Relíquia do Destino" ainda traz outros personagens que deixam gostinho de quero mais no último episódio da série.

Como Jürgen Voller, os cineastas escalaram o veterano ator dinamarquês Mads Mikkelsen, famoso por sucessos de bilheteria como "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore", "Rogue One: A Star Wars Story", "Doctor Strange" e "Casino Royale", além da série de TV "Hannibal".

"Tentamos evitar o clichê do alemão ou do nazista com o sotaque exagerado e loucura extrema", explica Mikkelsen. "Queríamos que ele fosse um homem que meio que se misturou quando se mudou para a América, porque ele é um cientista pragmático, um personagem contido. Ele é um cara com quem você cruzaria na rua", diz o ator.

O ator espanhol Antonio Banderas, indicado ao Oscar de 2020 por seu papel em "Dor e Glória", de Pedro Almodóvar, interpreta Renaldo, um velejador amigo de Indy a quem ele recorre quando ele precisa da ajuda de um mergulhador experiente na Grécia. "Renaldo agora é pescador, mas provavelmente foi um partidário que lutou pela liberdade, talvez na Guerra Civil Espanhola, talvez mais tarde na Segunda Guerra Mundial", diz Banderas.

Na trama, Helena (Waller-Bridge) tem Teddy, interpretado pelo ator francês Ethann Isidore, de 16 anos, como seu fiel escudeiro — e o personagem mais encantador do filme. Isidore, que tinha 14 anos durante a produção, descreve seu personagem como "engenhoso e legal, e ele sabe como agir e como estar em todas as situações. Ele acha que é adulto e que é o melhor cara do mundo, o que é real. Mas ele não gosta do Indiana Jones a princípio, porque ele é o melhor amigo de Helena. Acho que ele tem uma quedinha por ela".

O pai de Helena, Basil Shaw, que aparece na sequência de abertura do filme, é interpretado pelo ator britânico Toby Jones, conhecido por seu trabalho em "Tinker Tailor Soldier Spy", "Jogos Vorazes", "Capitão América: O Primeiro Vingador" e "Jurassic World: Fallen Kingdom", entre muitos outros filmes.

Embora o personagem nunca tenha sido retratado na tela, Basil é um arqueólogo e acadêmico que lecionou em Oxford e um dos amigos mais antigos e queridos de Indy. "Existe uma afeição genuína entre eles", diz Jones.

Shaunette Renée Wilson ("Pantera Negra", "Billions") também leva muito brilho em atuação, beleza e em looks inesquecíveis para compor Mason, um agente da CIA em busca de Indy.

E como Harrison Ford se sentiu no último dia de filmagem, estalando o chicote pela última vez para se despedir de um personagem tão emblemático?

"Fiquei emocionado!", diz Ford, rindo. "Estou realmente feliz e vou sentir saudades das pessoas com quem trabalhei, mas não vou sentir falta do Indy porque ele está satisfeito em seu propósito. Sei que fizemos um filme que o público merecia. Para quem já era fã da saga, gostou de assistir a cada um dos filmes, compartilhou a história com amigos e família, estou confiante de que vamos deixá-los de queixo caído com este".

De fato, em um ano como 2023, merecemos este tipo de herói e de história.

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