'A Barraca do Beijo 3': último filme da saga teen é acelerado e repetitivo
Acabou! Sucesso absoluto de audiência na Netflix, "A Barraca do Beijo" encerra sua saga amanhã (11), às 4h, com a estreia do último filme da trilogia teen.
Acelerado demais em seu primeiro ato e repetitivo no segundo, o terceiro longa tenta recapitular os outros dois. E pior: parece querer abraçar todas as questões de uma adolescente prestes a partir para a faculdade em menos de duas horas.
Tarefa difícil!
A Barraca do Beijo 3
Lançamento: 2021 Duração: 112min Pais: Estados Unidos Status: Estreia 11/8 Direção: Vince Marcello Roteiro: Vince Marcello, Jay S Arnold (baseado nos livros de Beth Reekles)Pontos Positivos
- atores continuam entrosados
- cenários belíssimos da Califórnia
- comédia estilo "Sessão da Tarde"
Pontos Negativos
- a "lace" da Joey King (é peruca!)
- muitas histórias repetidas
- roteiro acelerado e confuso
Sejamos justos! Os dilemas que ficaram do filme anterior são resolvidos em "A Barraca do Beijo 3". Todos eles. Só que o filme tem muito para contar em pouco tempo. E, tirando a questão da faculdade (Harvard ou Berkeley? Na base da pressão, Elle já resolve no começo), acaba desperdiçando muito do enredo com a tal da lista de atividades de verão que os melhores amigos, Elle (Joey King) e Lee (Joel Courtney), encontram na casa de praia.
Para quem já leu os livros que dão origem ao filme, a conclusão é uma salada que mistura o conto "A Casa da Praia" (2018) e um pedacinho de cada livro entre os originais e derivados. E o terceiro livro? A autora Beth Reekles vai lançar junto com o filme da Netflix nesta quarta (11), um lance de mestre comercialmente falando.
Voltando ao filme, a cabeça da nossa protagonista está uma zona. E, propositalmente (ou não), o roteiro combina com o estado mental dela. Do começo até a metade do filme são muitas cenas, muitas locações, muitas atividades. Em alguns momentos, o filme é literalmente acelerado e as legendas ajudam com o contexto. Parece até que estamos correndo para passar de fase no videogame e enfrentar logo o chefão.
Na segunda parte a coisa acalma, mas volta aos mesmos dilemas que já vimos anteriormente. O que vale mais? A amizade com Lee ou o namoro com Noah (Jacob Elordi)? Do nada, o bonitão Marco (Taylor Zakhar Perez) reaparece e balança o coração de Elle, que está sustentando um namoro firme com Noah. Ela tem que lutar para não se render ao ex-crush. Já vimos isso antes.
Se eu pudesse voltar aos meus 17 anos e dar um conselho para Elle seria: fique com os dois! Aliás, seria incrível um encontro de Devi (Maitreyi Ramakrishnan), a divertidíssima protagonista de "Eu Nunca" (também da Netflix), com a romântica garota de "A Barraca do Beijo". Quem já viu a segunda temporada da série vai entender. Só se vive a adolescência uma vez, e quantas bocas você vai beijar definitivamente não deveria ser o problema, e sim a solução dos outros dramas.
Apesar da bagunça que é o filme, "A Barraca do Beijo" termina com um final feliz (claro!) e uma lição fofinha e importante para o público-alvo desse tipo de comédia romântica: amor-próprio é o melhor de todos os amores. Elle leva seis anos para aprender isso, mas aprende. Faz parte!
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