'Doutor Estranho 2' tem zumbi, demônios e Wanda mais poderosa do que nunca
Quando um filme vem tão rodeado de expectativas e potenciais spoilers, como tem sido a rotina para lançamentos do Universo Cinematográfico Marvel nos cinemas, há algumas formas de se encarar as coisas. "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" se deleitou nas participações especiais, fazendo da surpresa e da nostalgia dois elementos essenciais à história.
Para o bem ou para o mal, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" vai por um caminho oposto.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura
Lançamento: 2022 Duração: 126min Pais: Estados Unidos Status: Em cartaz Direção: Sam Raimi Roteiro: Michael WaldronPontos Positivos
- Direção de Sam Raimi é um espetáculo à parte, e seu estilo prevalece em grande parte das cenas
- Apresentação da nova personagem, America Chavez, é muito bem feita. A heroína é cativante e guarda muito potencial
- Elizabeth Olsen tem o destaque que merece com sua excepcional Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate
Pontos Negativos
- Roteiro de Michael Waldron é explicativo e emaranhado, o que afeta a dinâmica do filme
Veredito
"Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" é mais um passo para a Saga do Multiverso da Marvel, mas pode não ser tão definitivo quanto muitos especulavam. Mesmo assim, é uma trama que desenvolve muito bem seus personagens e a relação entre eles, deixam em primeiro plano que dor e luto são os grandes motivadores da história. E, é claro, continua expandindo as possibilidades para o futuro do MCU.
Apesar de propiciadas justamente pela premissa de múltiplos universos insanos, as poucas participações que existem no filme são apenas isso: breves adições que servem, vez ou outra, para despertarem um suspiro ou outro, explicarem o que é tal coisa do roteiro e criarem uma teia de conexão entre outros projetos abandonados pelo caminho.
Por um lado, isso pode parecer preguiçoso. Afinal de contas, havia muita expectativa em cima da gama de possibilidades abertas pelo multiverso, e o filme se restringe a dar um gostinho do que poderiam ser trocas grandiosas e bombásticas para fãs do selo.
Por outro, é mérito de uma história concisa.
A ela, bastam cinco personagens: Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Wong (Benedict Wong), Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Christine Palmer (Rachel McAdams) e America Chavez (Xochitl Gomez).
Mas qual é a história?
A trama se inicia quando a heroína novata tenta fugir de um demônio que está querendo roubar seus poderes. Ela é capaz de atravessar realidades, e uma força do mal quer adquirir esses dons para si. Chavez, então, vai contar com a ajuda do mago para tentar fugir dessas ameaças e escapar da morte.
Isso, é claro, vai acarretar uma outra série de problemas, sobretudo envolvendo Wanda Maximoff e seus muitos traumas explorados em "WandaVision".
Um novo passo na saga do Multiverso
Fechada a Saga do Infinito em "Homem-Aranha: Longe de Casa" (2019), não é realmente um segredo que esta nova etapa do Universo Cinematográfico Marvel está expandindo ainda mais os horizontes e cruzando as linhas das realidades paralelas.
A esta altura, o multiverso já foi aberto em várias frentes. Houve um flerte com ele em "WandaVision", e depois o mesmo foi explorado com um pouco mais de intensidade em "Loki" e em "Homem-Aranha 3" antes de chegarmos ao que seria o grande ponto de ruptura: o Multiverso da Loucura.
No entanto, tal ruptura foi mais discreta do que poderíamos imaginar.
O roteiro de Michael Waldron usa os (muitos) pontos de entrada para outros universos de forma sucinta, apenas objetivamente para o que serve à trama: proteger America Chavez.
Por isso, a grandiosidade do filme é muito mais um espetáculo visual que um emaranhado de consequências que precisarão ser destrinchadas no futuro.
O espetáculo visual, inclusive, realmente existe. Nas mãos competentes de Sam Raimi, conseguimos observar seu estilo prevalecer em cada uma das sequências de ação (isso, é claro, se ignorarmos o primeiro grande conflito no templo Kamar-Taj).
Há passagens sombrias e movimentos de câmera que privilegiam o susto e são capazes de causar medo, mostrando que as feitiçarias com que o filme se envolve são mais complexas que simples lampejos de luz feitos em computação gráfica.
Possessões demoníacas, espíritos, zumbis, sangue e olhos revirados são elementos presentes com força e muita competência —e escrever isso em uma crítica de um filme da Marvel seria inimaginável em outros tempos.
Por isso, entre uma cena descaradamente explicativa e outra, "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" não se esquece de ser um filme com a assinatura complexa e gostosa de Sam Raimi. E que bom para nós!
Se um roteiro pouco criativo e restrito a um conflito pessoal torna a trama menos interessante, é preciso levar em conta que, enquanto um drama de personagem, o filme tem começo, meio e fim muito bem determinados. Mais importante do que isso, faz jus a todo o potencial de Wanda Maximoff jamais explorado até "Vingadores: Ultimato" (2019).
Sim, é verdade que "WandaVision" é um dever de casa essencial, mas este era o objetivo desde o início quando Kevin Feige, o presidente da Marvel Studios, anunciou que incluiria as séries no MCU. Tudo está mais conectado do que nunca. E assim continuará.
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