'Relatos do Mundo' era faroeste que faltava para Tom Hanks
Já vimos Tom Hanks como criança, conversando com uma bola de vôlei, namorado de uma sereia, pilotando vários tipos de embarcações e em todas as fardas militares possíveis. E um faroeste?
E "Relatos do Mundo" era justamente o western que faltava nesta filmografia tão conhecida de Hollywood.
Relatos do Mundo
Lançamento: 2020 Duração: 118min Pais: Estados Unidos Status: Netflix Direção: Paul Greengrass Roteiro: Paul Greengrass e Luke Davies (baseado em romance de Paulette Jiles)Pontos Positivos
- Um faroeste OK!
- Fotografia clássica que presta homenagem aos clássicos do western
- Tom Hanks em grande interpretação (como sempre!)
- Pitadas políticas, mas sem ser didático e chato
Pontos Negativos
- Faltou um grande clímax ou um antagonista
- A história é inofensiva
Veredito
Dificilmente "Relatos do Mundo" entrará nas listas de melhores faroestes da história, mas vale a diversão para fãs de um gênero tão esquecido. Tom Hanks prova mais uma vez sua capacidade de se adaptar aos papéis e assume absolutamente a figura de Captian Kidd. Embora não exista um grande antagonista ou um confronto de tirar o fôlego, o longa faz um recorte interessante e mostra que é possível contar antigas histórias do velho oeste com um olhar de 2021.
A história de um ex-soldado da Guerra Civil lidando com os conflitos internos dos Estados Unidos não é nova. A narrativa de um caubói determinado a ajudar alguém quando todos viram as costas também não.
Seria difícil mesmo que "Relatos do Mundo" trouxesse novidade para um gênero tão batido quanto o faroeste, mas, de certa forma, o filme de Paul Greengrass conseguiu soprar fôlego ao western.
No longa disponível na Netflix, acompanhamos Captain Kidd (Tom Hanks), um ex-combatente da Guerra Civil, e hoje um leitor de notícias que viaja de cidade em cidade lendo jornais para a população. Em um desses caminhos, ele cruza com uma menina perdida: Johanna. "Órfã duas vezes", ela teve os pais mortos e acabou criada por nativos norte-americanos.
Kidd já passou de seus cinquenta anos. Já não tem a mesma vitalidade que seu passado conta, mas embarca nesta missão de encontrar a família da garota. Para fãs do gênero, é inevitável ver um velho caubói nestes moldes e não se lembrar de William Munny, eternizado por Clint Eastwood em "Os Imperdoáveis" (1992).
De qualquer maneira, "Relatos do Mundo" tem o trunfo de mostrar um recorte da história sem grandes pretensões, sem sermões e sem palestras. O filme mostra como a situação do pós-guerra elevou as tensões entre americanos, negros, nativos e estrangeiros. Todas essa tensões pairam pelo filme, mas sem serem escancarados com grandes discursos ou frases de efeito. A lição, no fim do dia, fica só pela relação paternalista e empática —que também não é novidade no faroeste— entre Kidd e Johanna.
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