Existe prazer perverso em ver Hugh Grant assumindo o papel de "vilão" em um filme de terror sem alterar em um milímetro o seu estilo dramático. É desconfortável e também surpreendente, já que fica impossível adivinhar seu próximo movimento. A escalação do astro de "Um Lugar Chamado Notting Hill" e "Simplesmente Amor" é um dos muitos acertos de "Herege", criação da dupla Scott Beck e Bryan Wood, que ganham aqui um momento de redenção após dirigir o desastroso "65 - Ameaça Pré-Histórica", trocando o escopo épico do candidato (furado) a blockbuster por uma ambientação mais modesta, ainda que enigmática e sufocante. |