'No esporte eu fiz de tudo; alguma contribuição deixei', diz Léo Batista
Se você acompanhou a programação esportiva da TV Globo nos últimos 50 anos, você provavelmente conhece o João Batista Bellinaso Neto.
Não está ligando o nome à pessoa? Te damos uma mãozinha: Léo Batista. Mas de onde apareceu o Léo? O jornalista contou melhor essa história a Splash.
Um dia, o [jornalista] Luiz Mendes falou: 'Vamos trocar o seu nome jornalístico, porque esse tal de Besinato não dá'. Fiz uma lista com uns 12 nomes. Minha irmã se chama Leonilda e ficou conhecida por Nilda apenas. Peguei o Léo dela.
Seu início na TV Globo foi em 1970, participando como freelancer da cobertura da Copa do Mundo de futebol. No ano seguinte, Léo Batista passaria a integrar a equipe de apresentadores do então recém-criado "Jornal Hoje".
Será que tem muita diferença entre apresentar um programa esportivo e o jornal?
Notícia é sempre notícia. A maneira de falar ou de escrever não muda tanto, mas é preciso avaliar a época. Hoje, quase tudo se resolve no computador ou até mesmo no celular. O pessoal não faz ideia das dificuldades que tínhamos quando comecei.
Léo Batista acompanhou de perto a concepção de toda a programação esportiva da TV Globo, sendo uma das vozes mais marcantes do "Esporte Espetacular", do "Globo Esporte" e dos "Gols do Fantástico". Décadas depois, os programas e quadros seguem sendo um sucesso da TV.
Posso dizer que, em matéria de jornalismo esportivo, eu fiz de tudo na TV Globo. Alguma contribuição eu deixei pelo caminho. Uma vez, ouvi de uma menina de rua uma frase marcante: 'Só morre de verdade quem nunca mais é lembrado'. Fico orgulhoso e contente pela sementinha plantada.
Antes da TV, o rádio
Léo Batista nasceu em Cordeirópolis (160 km de São Paulo) em 22 de julho de 1932.
Ele começou no jornalismo atuando como locutor esportivo em rádios no interior de São Paulo e, em 1952, se mudou para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira na Rádio Globo.
Em 24 de agosto de 1954, Léo Batista foi o primeiro radialista a dar uma informação que mudaria os rumos do país: o suicídio do então presidente Getúlio Vargas.
Na época eu fazia o 'Globo no Ar', na Rádio Globo. Fui o primeiro locutor a dar essa notícia. Tinha acabado de fazer a primeira edição do programa, que terminou às 7h da manhã. Desci para tomar um café quando o nosso repórter que estava no Palácio do Catete veio com a notícia.
Memórias da TV
Com tanto tempo assim, como escolher o melhor parceiro na telinha? Léo diz que é uma tarefa impossível. Mas se o assunto é o evento que mais marcou, o jornalista tem um preferido: o Mundial de Esportes Aquáticos, em 1978.
Transmitimos o nado sincronizado ao vivo, no 'Fantástico'. Eu e o [jornalista] Juarez Suarez. Fomos para o local errado e descobrimos isso faltando pouco tempo para começar a disputa. Lembro também que o [nadador] Rômulo Arantes ganhou uma medalha de bronze naquele Mundial.
Por conta da pandemia do coronavírus e por pertencer ao grupo de risco da covid-19, o jornalista está trabalhando de casa. Mas não pense que ele está parado.
Faço muitas palavras-cruzadas e artesanato. Procuro preencher o tempo com alguma coisa que ocupe a minha cabeça. Minha filha sempre implica comigo porque eu não jogo nada fora. Adoro revitalizar as coisas. Tenho essa habilidade de restaurar objetos e é um grande passatempo na minha vida.
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