Tainá Muller treinou para guerra e encarou policiais em 'Bom Dia, Verônica'
De Splash, em São Paulo
01/10/2020 04h00
"Bom Dia, Verônica", série brasileira que a Netflix lança hoje, é só para maiores de 18: Verônica é uma policial e investiga crimes macabros de um serial killer estuprador, poderoso e protegido. Tainá Muller contou a Splash o quanto sofreu para ser a heroína em uma história tão pesada.
Por três motivos, dá para dizer que ela 'encarou policiais' (no plural)
Para começar, um dos grandes vilões da série é o policial Brandão (Eduardo Moscovis).
Além disso, Verônica briga constantemente com outros policiais em nome do que acredita. E Tainá precisou enfrentar um grande medo para interpretar a personagem.
Foi bem difícil manipular arma, eu já tenho uma resistência absoluta. Sou completamente contra, nunca dei arminha para meu filho brincar. Tenho rejeição. Essa parte foi um desafio muito grande, é muito diferente de mim. Mas Verônica tinha que ser uma mulher preparada para a guerra.
E uma frase dita por Verônica para a filha no meio da série define bem a personagem vivida por Tainá:
Você acha que eu pinto o olho pra ficar bonita? Eu pinto o olho pra guerra.
A "guerra" de Verônica vai além do que ela precisa enfrentar fisicamente. A personagem também lida com fantasmas de seu passado e a dor de ver outras mulheres sofrerem na mão de homens abusivos, sejam eles golpistas ou estupradores.
Além da empatia com a dor dessas mulheres, ela carrega a própria dor. Mesmo sendo uma personagem muito proativa, cheia de energia, ela já tinha atentado contra a própria vida. Isso é presente na personalidade dela, um drama familiar muito forte e uma tragédia que a acompanha onde quer que esteja.
Prova disso é a insistência da policial em proteger Janete (personagem de Camila Morgado) e respeitar o que ela tem a dizer.
A série traz um bom e viciante thriller baseado no livro de Ilana Casoy e Raphael Montes
Um de seus trunfos, inclusive, foi ter sido adaptada pela dupla. Ficou a fim de assistir? Ótimo, mas um aviso de gatilho: cenas de suicídio, estupro, tortura e assassinato são temas que podem abalar psicologicamente quem já viveu algo do tipo.