Du Moscovis espera que todos o odeiem do jeito certo em 'Bom Dia, Verônica'
Se você já começou a ver "Bom Dia, Verônica" na Netflix, é provável que esteja odiando o personagem de Eduardo (Du) Moscovis, o policial Brandão. O ator disse a Splash que queria mesmo provocar esse tipo de reação, mas espera que a raiva das pessoas contra o vilão seja bem direcionada.
Tomara que eu consiga fazer as pessoas odiarem o Brandão! Tomara. O que eu fico preocupado é que ele seja odiado por uma galera masculina que não consiga se enxergar nele. Não é para rejeitar esse cara como se ele não existisse.
Brandão é um personagem de muitos adjetivos ruins: machista, abusivo, violento, estuprador, manipulador, serial killer...
E para viver esse personagem, Moscovis não precisou ir longe. Algumas dessas posturas podem ser vistas em muitas pessoas próximas a ele mesmo.
Todos os adjetivos que descrevem o Brandão, tirando "serial killer", eu vejo em homens próximos de mim. A minha vivência já me traz muita experiência para personificar esse caso, infelizmente. As relações abusivas, o autoritarismo, a forma máscula de se colocar.
Embora seu personagem mereça essa reação do público, o ator não fica muito confortável com a ideia de gerar "ódio" na sociedade. Mas ele sabe que a visibilidade de alguém tão maldoso pode ter um efeito positivo se as pessoas entenderem que os "Brandões" estão entre nós.
Eu não gosto muito da palavra 'ódio', a acho muito forte, mas tomara que a gente consiga manifestar os nossos sentimentos de uma forma que ajude a virar um pouco esse jogo. A gente está dentro de uma série que toca em temas sociais e existentes no nosso dia a dia.
Ilana Casoy, uma das autoras do livro que deu origem à série (ela e Raphael Montes também adaptaram o roteiro para a Netflix), disse algo parecido sobre o que a história de Brandão pode nos mostrar.
O Brandão é um extremo de violência e assim se explica muitas coisas. Ele tem essa extrema maldade, mas tem um ciclo também. Ele vai escalando na maldade. Começa como um cara violento domesticamente e essa violência vai crescendo. E é assim na vida real: ninguém começa matando mulheres em série.
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