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Pitty e seu chip novo: cantora lança documentário, cria TV e abraça passado

A cantora Pitty Instagram/Reprodução

De Splash, em São Paulo

07/10/2020 04h00

Pitty viajou no tempo. Aos 43 anos, completados hoje, a cantora lança o documentário "MATRIZ.doc", dirigido por Otavio Sousa, que ficará gratuito por uma semana no GNT Play.

No filme, ela abraça o passado, se entende como baiana e —perdoe o trocadilho— acha seu próprio "chip novo".

É um recorte na vida da personagem que sou eu. Nunca pude me reconhecer na Bahia, até porque é um lugar extremamente estereotipado. Quando o resto do Brasil pensa sobre a mulher baiana, o que vem à cabeça? Tem uma imagem muito fixa e rígida sobre o que é a mulher baiana, o que é a baianidade.

No bate-papo com Splash, Pitty relembrou o que mais ouvia nos primeiros anos de carreira: "é uma roqueira baiana".

A definição é correta (ok, ela é roqueira e é baiana), mas parece que o restante do Brasil a tratava como "uma baiana que não parecia baiana". E não é bem assim.

Pitty no documentário "MATRIZ.doc" Imagem: Otavio Sousa

O filme é a oportunidade de resgatar uma coisa que é minha e que não me foi dado o direito de ter. Também quero mostrar para as pessoas esse lado B de Bahia. Eu fico brincando que é um lado B mesmo, só que dessa outra Bahia que talvez o sudeste não conheça.

A Pitty que voltou à Bahia é muito diferente da Priscilla que um dia deixou Salvador para fazer música.

Agora, ela é mãe de Madalena, de quatro anos, e entende melhor o que passava pela cabeça da própria mãe. Essa "viagem muito louca", como ela descreveu, foi pela Bahia e por dentro de si mesma.

Vixe, uma viagem psicológica muito doida. O tempo, a maturidade... Tudo tem sua hora e só foi possível agora. Tinha de acontecer tudo que aconteceu, inclusive ser mãe. Traz uma compreensão maior sobre aquela adolescente, sobre minha mãe. Pude entender por que tive de sair dali para poder existir.

Gilberto Gil estava certo. Afinal, como diz a letra de "Back in Bahia"...

Por algum tempo que,
Afinal, passou depressa,
Como tudo tem de passar,
Hoje eu me sinto como se ter ido
Fosse necessário para voltar

- Gilberto Gil

O documentário deixa claro que Madalena ensinou muito. Para começar, quem viu a Pitty rock'n'roll no início da carreira jamais imaginou que, um dia, ela seria uma "princesa da Disney".

Foi assim que a artista desbravou um território inédito com um cover de "Livre Estou" ("Let It Go", de "Frozen").

"Livre estou, livre estou" é um refrão que resume bem a jornada de Pitty para fazer as pazes com seu passado e abrir seus horizontes.

Obrigada, Elsa!

Ah, eu adorei tocar essa música para a minha filha, cara! A gente vai se libertando mesmo. Você vê que desde 'Máscara' a busca e o meu discurso sempre foram esses. É um questionamento que me acompanha. Madalena me ensina muita coisa todo dia.

Pitty no documentário "MATRIZ.doc" Imagem: Otavio Sousa

Pitty ainda é uma das apresentadoras do "Saia Justa", do GNT, mas a Twitch deu a ela a chance de criar sua própria TV. A cantora tem uma programação semanal de lives na plataforma, que vão desde sessões musicais até debates sobre filmes e livros.

Estou amando. No fim das contas, a música sempre foi sobre me comunicar. Eu tenho essa onda de comunicadora, gosto de trocar ideia, em roda de conversa, debate. Minha webTV É um jeito de estar muito perto do público.

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