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Fiasco maravilha: a série cancelada que quase arruinou futuro da heroína

Adrianne Palicki como a "Mulher-Maravilha" que quase ninguém viu
Adrianne Palicki como a "Mulher-Maravilha" que quase ninguém viu
Reprodução/IMDb

De Splash, em São Paulo

21/10/2020 04h00

Quem vê a Mulher-Maravilha reinando na cultura pop, surfando no carisma de Gal Gadot e prometendo mais um filme arrasa-quarteirão no fim deste ano ("Wonder Woman 1984") pode até estranhar o título deste texto. Mas, acredite, esse "flop" aconteceu, e nem foi há tanto tempo.

Senta que lá vem história.

Era 2010, e o produtor David E. Kelley se uniu à Warner Bros com um projeto grandioso: atualizar a história da Mulher-Maravilha em uma nova série dirigida por Jeffrey Reiner, um tributo à versão clássica de Lynda Carter dos anos 1970. O roteiro foi oferecido a várias redes e acabou nas mãos da NBC.

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O acordo, comum nos EUA, previa a produção de um episódio piloto para os executivos da emissora, que decidiriam se ele iria ao ar ou não. A escolhida para o papel? Adrianne Palicki, que na época fez sucesso na série "Friday Night Lights". Mas deu ruim. Quem viu não curtiu, e tudo terminou cancelado.

A real é que foram muitas as críticas

Diziam que Diana era uma personagem "comum" demais nessa versão: uma executiva de uma empresa de cosméticos que também combatia o crime. E não ficava clara sua relação com a lenda das Amazonas das HQs.

Ficou curioso? Um fã fez um trailer de mentirinha com imagens do piloto

A falta de elementos míticos, somada a uma história fraca, pesou.

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Adrianne Palicki - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Houve ainda muita chiadeira também sobre o visual da personagem, agora com calça em vez de short e botas azuis no lugar das vermelhas dos anos 1970. Críticos diziam que era um traje óbvio demais e "patriótico" de menos. Ele até foi alterado em um segundo momento, mas aí já era tarde.

No dia 12 de maio de 2011, após Palicki estampar revistas e virar assunto no mundo, a NBC anunciou que não compraria a série. Na época, já se falava em "maldição da DC". E a Mulher-Maravilha acabou virando motivo de chacota para fãs da Marvel e até para gente importante do mercado.

Uma pena, porque a Lynda Carter estava curtindo bem a ideia do revival

Mas eis que em 2017, no ano em que o feminismo chacoalhou Hollywood, esta "ídola" surgiu. O resto é história.

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É fato: muita gente adoraria que a série "Mulher-Maravilha" tivesse um futuro diferente. Elizabeth Hurley (que seria a vilã Veronica Cale), Tracie Thoms, Pedro Pascal (o policial parceiro da protagonista), Cary Elwes e Justin Bruening também estavam no projeto, que frustrou milhões de fãs.

O cancelamento foi devastador. Esta série era algo muito grande. Eu sinto que, talvez se tivesse sido lançada um ou dois anos depois, ela teria sido um sucesso.
Adrianne Palicki, que depois atuou em "Agentes da S.H.I.E.L.D", em entrevista recente à revista Entertainment Weekly

E ela tá errada?

Vamos combinar: não. Afinal, timing é tudo no showbiz. E na época, 2011, a popularidade das séries de heróis ainda não havia chegado nem perto da de hoje. Não custa lembrar também que o Universo Arrow da DC estreou só em 2012, com o lançamento da série "Arrow", do Arqueiro Verde.

Curiosidade

Existe uma conexão entre a a série cancelada e os filmes com Gal Gadot, dirigidos por Patty Jenkins: o ator Pedro Pascal. Ele apareceu em 2011 como o agente Ed Indelicato e retornará em "Mulher-Maravilha 1984" como o supervilão Maxwell Lord, inspirado no Lex Luthor de Gene Hackman.

O mundo geek dá voltas, não é mesmo?