Cocaína no Rio e demissão do Guns: 5 histórias insanas de Matt Sorum
Matt Sorum é um sujeito de sorte. Já tocou em bandas grandes como The Cult, Guns N´ Roses e Velvet Revolver. E sobreviveu a todas elas e aos abusos de álcool e outras drogas. A vida de baterista famoso daria um ótimo livro de causos roqueiros.
E não é que deu mesmo?
O livro já tem capa e título, "Double Talkin' Jive" —algo como 'papo furado' em inglês, título de música do Guns. Será narrado em primeira pessoa e tem lançamento previsto para 2021. No Brasil, ainda não ganhou data. Mas Splash já deu uma espiada. E as histórias são tão insanas quando esperávamos.
Como no dia em que Matt veio ao Brasil pela primeira vez e pediu cocaína para um "policial" no Rio (deixamos ele mesmo contar)
Isso mesmo que você ouviu. Ele disse que viu um "Homem-Aranha" escalando a janela do hotel pelo lado de fora. O que será que havia naquela cocaína carioca? Jamais saberemos.
O dia em que "inventou" um solo de bateria no Rock in Rio
Matt fez sua estreia oficial no Guns N´ Roses em 1991, num Maracanã lotado, substituindo Steven Adler. Pouco antes de deixar o hotel, ele recebeu uma ligação do guarda-costas de Axl Rose. "Ei, você vai ter que fazer um solo de bateria."
Eu já tinha feito solos, mas não havia nada preparado. Há uma piada no rock que diz que essa é a hora em que as pessoas vão comprar cerveja. Não queria ser esse cara. Lembro que improvisei, toquei o gongo. Axl gostou e passei a solar em todos os shows, quando ele parava para descansar.
Sorum a Splash
O dia em que foi demitido do Guns em 1997 por defender Slash
A treta rolou em estúdio, onde o Guns já preparava o lendário "Chinese Democracy", após a saída do guitarrista Slash. Um belo dia, o novo guitarrista Paul Tobias já chegou criticando a aparição de Slash no programa de David Letterman.
O que Matt fez? Mandou Paul calar a boca e insinuou que ele não sabia tocar "Sweet Child o' Mine". Axl viu e não gostou. Resultado: demissão instantânea. Como escreve no livro, Sorum até hoje tem sentimentos dúbios sobre o antigo amigo. Um "babaca" nos bastidores, mas um "monstro sagrado" no palco.
Olhando para trás, eu não gostaria que nada fosse diferente. A postura dele era o combustível do rock'n'roll. Ele atrasava duas horas, havia problemas no backstage. Mas quando subia no palco, e dá para ver nos vídeos, meu Deus, ele ficava com o diabo no corpo, roubava a cena.
O dia em que foi excluído da reunião do Guns e se sentiu traído
Na primeira versão do livro —Matt mudará trechos—, ele diz que chegou a marcar um encontro com o baixista Duff McKagan em 2015 e exigir sua participação. Mas Axl, que já havia escolhido baterista (Frank Ferrer), é quem dava as cartas.
Minha vida tomou rumos diferentes. Se não tivesse saído, não teria formado o Velvet Revolver. Não teria voltado ao Cult. Nunca teria criado outras coisas. E teria sido complacente. Vejo bandas como Metallica, Green Day, que mantiveram formações. E me pergunto: 'Tenho inveja disso?'
Matt Sorum
O dia em que saiu do Hollywood Vampires
Até hoje fãs se perguntam por que Matt saiu do grupo que tinha Alice Cooper, Joe Perry e Johnny Depp. Resposta: ele, que já se sentia excluído dos holofotes, descobriu que o empresário estava divulgando o grupo com uma foto sem ele, e isso virou uma regra.
Foi divertido enquanto durou, mas não era uma banda real como Velvet Revolver ou Guns. Era mais sair para tocar covers. Eu amo o Alice Cooper, o Joe, o Johnny. Ele é músico? Não. Mas foi incrível poder conhecê-lo melhor. Sabia que ele veio para Hollywood para ser músico e virou ator por acidente?
Opinião pesada.
Aliás, Matt é bem fofo em falar sobre o Johnny Depp versão músico
Quando toquei com o Johnny no Rock in Rio [2015], ele virou para mim e disse: "Oh, meu Deus!". Ele saiu do palco e disse que foi uma das maiores experiências da vida. Era o sonho dele tocar rock num palco como aquele. E tocamos. Poder proporcionar isso a ele foi incrível.
Além de tudo isso, Matt Sorum ainda está lançando uma cerveja com produção brasileira chamada "The Drummer". Pelo visto, ele gostou mesmo daqui.
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Esta reportagem foi intermediada por Rod Carvalho.
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