Ele será o melhor músico do mundo.

A frase foi dita pelo lendário produtor e arranjador Quincy Jones, e a história é contada por Milton Nascimento. Sobre quem eles conversavam? Pedro Bernardo, ou Pedrinho do Cavaco.

Ele tem 29 anos, mas começou a chamar a atenção aos cinco anos nas rodas de samba tocando cavaquinho como gente grande, aos oito foi convidado pelo Só Pra Contrariar para integrar o grupo de pagode durante uma turnê e, aos dez, venceu a primeira edição do Se Vira nos 30.

A conversa informal entre Quincy Jones, responsável pela produção do histórico álbum Thriller, de Michael Jackson, e Milton Nascimento, uma das maiores vozes da história da música, aconteceu há quase 15 anos, durante um almoço na casa do cantor mineiro.

O Milton me chamou um dia e falou: 'O Quincy Jones vai vir em casa e eu quero fazer um almoço, um negócio bem brasileiro mesmo, uma feijoada, e eu quero que você faça o show.

E eu conhecia o Quincy Jones não era nem pelo Michael Jackson, era pelo Will Smith, por aquele seriado, The Fresh Prince, porque o Quincy lançou o Will Smith também. E aí o Milton me contou a história do Michael Jackson.

Pedrinho do Cavaco, aliás, foi surpreendido por Milton Nascimento, que, ao vivo, contou a história toda durante o programa da Fátima Bernardes, na TV Globo.

Segundo Milton, Quincy falou que Pedrinho seria o "melhor músico do mundo". No dia, tirou foto com o empresário e disse que era "fã do cara do 'Maluco no Pedaço'", no caso era Will Smith.

Como surgiu parceria com Milton?

Eu conheci o Milton na Mangueira. Nesse show, cada artista canta duas músicas, tive essa oportunidade e foi uma parada muito importante pra mim. Você, pequeno, estar com Chico Buarque, Djavan, é outro patamar. Eu tinha tocado, e era o primeiro ano do Milton.

Milton, então, pediu para tirar uma foto com Pedro.

Meu pai já tinha dito sobre a importância do Milton. E eu falei: 'Caramba, Milton, você pedindo pra tirar foto comigo'. E eu achei aquilo de uma simplicidade.

Influenciado pelo pai, com quem frequentava as principais rodas de samba do Rio, Pedrinho do Cavaco adotou o pagode como estilo oficial. Mas a rica influência musical e a variedade de instrumentos que já aprendeu a tocar (cavaquinho, violão, piano) faz com que o ele passeie por todos estilos.

A raiz foi sempre no samba, no Cacique, eu aprendi sozinho, e depois, comecei a estudar música com o Mauro Diniz. E ele falou: 'quero que você estude um instrumento mais amplo, vai te dar uma melhor visão de música'. Eu fui estudar com uma professora de piano clássico. Depois fui pro jazz.

Com 29 anos de idade e 24 de carreira, Pedrinho do Cavaco coleciona parcerias que vão desde Jorge Vercillo a Mumuzinho. E ainda sonha com muitas que, se depender dele, ainda virão pela frente.

Eu tinha muita vontade de gravar com o Chico [Buarque], é um cara que sou extremamente fã. João Bosco também... Já do samba, um cara que me ajudou imensamente, mas nunca gravamos nada junto, que é o Alexandre [Pires], e o Belo, sou muito fã.

Ator e compositor na Malhação

O currículo de Pedrinho não fica apenas na música. Meio sem querer, ele também acabou parando na televisão: entre 2011 e 2012, atuou na Malhação, tradicional série da TV Globo. Por que não arriscar como ator também?

O cara me ligou e falou: 'não é uma incidental não, é um papel, a Malhação vai fazer sobre samba, pagode, e a gente acha muito difícil 'fakear' uma batida de cavaquinho, e estamos querendo apostar num músico ser autor do que um autor ser músico