'Carlinhos e Carlão': filme de humor mostra homofóbico que vira gay
De Splash, em São Paulo
12/11/2020 04h00
Um humor que promete ser consciente, divertido, mas questionador. É o que pretende o filme "Carlinhos e Carlão", que chega hoje no Amazon Prime Video, estrelado pelo ator Luis Lobianco.
A história, sem spoilers, é sobre um homofóbico e machista que se descobre gay após passar por um armário mágico.
Carlão é o cara do subúrbio carioca criado no ambiente homofóbico, mas sua vida é completamente transformada quando encontra o armário. É onde está o Carlinhos, seu alter ego, gay, uma bicha maravilhosa.
O filme mescla o humor com drama e também retrata a violência que pessoas LGBTQIA+ sofrem. Por isso, o ator, que é homossexual, afirma que seu compromisso com o gênero é humano e responsável. Para Lobianco, fazer comédia não é só provocar o riso, mas também emocionar.
Eu acho que a gente não poderia deixar de passar a violência. Desde a não aceitação em casa, depois no ambiente de trabalho, até a violência física, que mata.
Luis Lobianco ainda lembrou que o Brasil é um dos países que mais mata LGBTQIA+.
"Marica convicta"
Uma fada!
Já Luis Miranda vive Evaristo, que é agredido verbalmente pelas ofensas homofóbicas de Carlão, e decide prendê-lo no armário mágico. O ator define seu papel na trama como uma fada madrinha.
Eu sou uma fada madrinha que quer libertar os viados do mundo inteiro.
Miranda ainda ressaltou a importância do humor politicamente correto e falou sobre a representatividade de ter todas as classes nas produções audiovisuais:
Eu não posso menosprezar ninguém para tirar o riso. Além do mais, as pessoas precisam se reconhecer ali.
Representatividade, sim!
A drag queen Suzy Brasil dá vida a Guga, que é alvo do homofóbico Carlão, mas parça do homossexual Carlinhos. Na opinião dela, o público vai tomar um chacoalhão com o filme.
As pessoas vão começar rindo e esse riso vai dar uma caladinha. E de repente vão pensar 'já fiz isso muitas vezes na vida'.
Suzy ainda diz que o roteiro da trama poderia ser um drama. E diz que a nova tendência do humor é aquele que não humilha.