Disney: Streaming chega ao Brasil, e empresa segue acreditando no cinema
O Disney+, a plataforma de streaming da Disney, chega ao Brasil e ao restante da América Latina nesta terça (17), em mais um passo da expansão global da marca. Mas isso não significa que a empresa pretende deixar de apostar no cinema, mesmo com a persistência da pandemia de covid-19.
"A Disney continua acreditando na experiência de cinema", diz Hernán Estrada, presidente da Disney no Brasil, em entrevista a Splash. "Os filmes da Disney, para o futuro, continuarão sendo lançados nesse meio".
A contingência da pandemia criou uma situação sem precedentes que precisa de protocolos e medidas extraordinários, mas nós imaginamos que a indústria vai voltar a uma situação normal e estamos comprometidos com essa plataforma [o cinema].
As medidas extraordinárias às quais ele se refere passam pelo Disney+: a versão live-action de "Mulan", uma das grandes apostas do estúdio neste ano, foi lançada no serviço, com um custo adicional de US$ 29,99 nos EUA.
No Natal, vai ser a vez de "Soul", animação da Pixar. Desta vez, porém, sem custo adicional —e os brasileiros poderão vê-la ao mesmo tempo que o resto do mundo. "Mulan", aliás, também chega por aqui sem custo, no dia 4 de dezembro.
Até o momento, a Disney prevê grandes estreias no cinema para 2021, sendo "Viúva Negra" uma delas ???????. O filme estrelado por Scarlett Johansson iria estrear em abril deste ano, mas foi adiado, assim como outras grandes produções.
Questionado sobre a possibilidade de "Mulan" e "Soul" serem exibidos nos cinemas, Estrada afirmou que a ideia não foi discutida, mas não é impossível. "Se o filme tem um sucesso tão incrível que justifica fazer isso, o consumidor vai falar".
Otimismo com o Brasil
Segundo o executivo, a Disney está otimista com o lançamento do Disney+ no Brasil. E ele atribui isso não só à força das marcas que estarão presentes no serviço (Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic), como também à afinidade dos brasileiros com o streaming.
O brasileiro gosta de tecnologia, o que está provado pelo sucesso de outros players. O Brasil já se colocou no radar mundial da indústria do streaming.
E se colocou mesmo. Para referência, uma pesquisa americana de setembro, citada pelo colunista Maurício Stycer, afirma que a Netflix já tem no Brasil seu maior mercado fora dos EUA.
A Disney não divulga números da pré-venda no país, mas, globalmente, já ultrapassou os 73 milhões de assinantes.
E a qualidade da internet?
De acordo com Estrada, o Disney+ chega preparado para lidar com a realidade da internet no mercado brasileiro, onde a qualidade das conexões ainda é desigual.
A tecnologia já foi pensada na possibilidade de exigir com o mínimo de banda. Temos também a possibilidade de fazer downloads ilimitados do conteúdo, que tem muito a ver com isso.
Baby Yoda na Globo
Em uma parceria com a Globo, a Disney conseguiu um espaço nobre para "The Mandalorian", a série estrelada pelo Baby Yoda. Os dois primeiros episódios serão exibidos no "Tela Quente" desta segunda.
É uma estratégia que a própria Globo já usou com sucesso: em 2018, após exibição de "The Good Doctor", o Globoplay registrou oito vezes mais assinaturas nos quatro dias seguintes.
Conteúdo global
Com planos de investir em filmes e séries locais para o Disney+, a empresa irá priorizar produções que se alinhem aos gostos do mercado brasileiro. Mas, assim como acontece na concorrência, os conteúdos globais estarão disponíveis em todos os países em que o Disney+ opera.
A ideia é que esses conteúdos sejam relevantes ao consumidor brasileiro. Se fizer sucesso no mundo inteiro, fantástico, todo mundo vai ver. A Disney não vai ter limitações para a possibilidade de esse conteúdo viajar para outros países.
E as séries da Fox?
A chegada do Disney+ não mexe com os canais Fox. Mas a ideia, adianta o executivo, é que no futuro suas produções entrem sob guarda-chuva de Star, que será a outra plataforma de streaming da empresa, com atuação internacional. Isso vale, inclusive para "Os Simpsons".
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