Tirando o 'hype', Disney+ é mais um empilhado de filmes que não vamos rever
Em inglês, hype é usado quando se cria expectativa exagerada por algo. Uma moda. E o Disney+ desembarcou no Brasil cheio desse hype: anúncios pipocando de todos os lados, uma comoção sem fim nas redes. Mas fora isso, vamos combinar: é só mais um serviço de streaming como qualquer outro. E caro.
O impacto inicial do Disney+ vem com os logotipos de suas franquias mais poderosas na página inicial: Disney, Pixar, Marvel e Star Wars. Mas, com exceção do original "The Mandalorian" ou talvez o novo "A Dama e o Vagabundo", todos os outros títulos já são velhos conhecidos da "Sessão da Tarde".
Você de novo, Kevin?
Eu preciso de um catálogo tão grande mesmo?
A corrida pelo streaming e a publicidade frenética das gigantes do entretenimento enfiaram em nossa cabeça essa necessidade nostálgica pelo famigerado catálogo.
Nós caímos.
Criamos essa ilusão de que queremos um cardápio enorme de filmes.
E agora ficamos minutos e minutos com o controle ou o mouse dando scroll por tantos filmes já vistos.
É aquela sensação dos anos 1990 de entrar em uma videolocadora e andar pelos seus corredores empoeirados e sem novidades.
Caso não seja dessa época, em vez de ver páginas de títulos na tela, a gente procurava filmes assim.
Será que eu vou ver "Esqueceram de Mim" por vontade própria? Ou é melhor esperar aparecer na "Sessão da Tarde" agora antes do Natal?
Poxa, mas e "Vingadores: Ultimato". Sério? Três horas de filme? Melhor só pular direto para rever o estalo.
"Piratas do Caribe"? Já já tá na "Tela Quente" de novo.
Hoje não, Jack. Obrigado.
O fato é que a chegada de mais um competidor de streaming coloca ali mais um boletinho no fim do mês: R$ 27,90.
São tantos jogadores querendo uma fatia da nossa atenção —e da grana— que ficou mais difícil priorizar: quero um catálogo de clássicos, séries originais ou aquele filme específico?
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