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Amy Adams e Glenn Close podem quebrar jejum do Oscar com a Netflix?

Glenn Close e Amy Adams em cena de 'Era Uma Vez um Sonho' Lacey Terrell/NETFLIX

De Splash, em São Paulo

23/11/2020 04h00

Depois de um ano tão estranho como 2020, nada mais parece impossível. Será que 2021, então, realmente poderá operar um milagre nas carreiras de Amy Adams e Glenn Close? Juntas, as atrizes somam 13 indicações ao Oscar. E zero vitórias.

Mas tudo pode mudar!

As duas estrelam "Era Uma Vez um Sonho" que estreia amanhã na Netflix e é uma das principais apostas para a temporada de premiações. Dirigido por Ron Howard, vencedor do Oscar por "Uma Mente Brilhante" (2001), será que o filme tem o que é preciso para tirá-las do jejum?

Splash já assistiu e te conta!

Elegia caipira

Em tradução livre, o filme poderia se chamar "Elegia Caipira". Baseada no best seller de J. D. Vance, investidor de capital de risco americano, a história remonta sua adolescência conturbada no interior dos EUA, nos estados de Kentucky e Ohio.

Filho de uma família pobre, J. D. precisa lidar com sua mãe, Beverly (Adams), dependente química, e é estimulado pela avó, a quem todos se referem carinhosamente como Mamaw (Glenn Close), a continuar estudando e se esforçando para ter um futuro diferente daquele.

Já na juventude, J. D. estuda Direito na prestigiada Universidade de Yale e precisa se dividir entre a oportunidade de um bom estágio e o cuidado com a mãe. Nas entrevistas de emprego, ele sempre faz questão de enaltecer sua origem "caipira", mesmo diante do desprezo que recebe.

Tem chances?

"Era Uma Vez um Sonho" pode ser chamado de "Oscar bait", isto é, filmes moldados para agradar a Academia. Junte duas atrizes consagradas, uma história dramática, muitas maquiagens e perucas e a receita está pronta. Quer dizer, quase.

No agregador de críticas Metacritic, o filme tem uma média de 40/100. No Rotten Tomatoes, a aprovação é de só 27%. Os críticos não aprovaram o melodrama e reclamaram das diferenças com o livro. J. D. Vance é republicano e deixa isso claro na narrativa. No filme, suas posições políticas desaparecem.

Esses não são os únicos problemas. O retrato da classe operária branca dos EUA parece um tanto caricato e o personagem de J. D. (Owen Asztalos na infância, Gabriel Basso na juventude) é engolido completamente por Amy e Glenn. Ele parece quase imune aos dramas — que não são poucos — da família.

Amy e Glenn

Em contrapartida das críticas mornas do longa, Amy e Glenn são os grandes destaques. As duas entregam performances poderosas e chamam atenção até mesmo nas reviews negativas do filme.

Amy Adams em 'Era Uma Vez um Sonho' Imagem: Lacey Terrell/NETFLIX

Amy já foi indicada seis vezes ao Oscar, cinco como coadjuvante e uma como protagonista. Em algumas cenas, ela parece um pouco acima do tom, gritando e esperneando. Mas também pudera! Não é a primeira vez que uma atriz exagera no drama na ânsia de conquistar um Oscar.

Glenn Close em 'Era Uma Vez um Sonho' Imagem: Lacey Terrell/NETFLIX

Glenn é a estrela absoluta. Com caracterização impecável, ela desaparece sob as roupas largas e a peruca enorme de Mamaw. É difícil perceber que se trata da mesma atriz de "Cruela" ou "Atração Fatal". Se for indicada e perder novamente, ela empata com Peter O'Toole no maior número de derrotas.

Veredito

"Era Uma Vez um Sonho" parece um filme de luxo para a "Sessão da Tarde". O que falta na direção e no roteiro, porém, é compensado pela presença avassaladora de Amy Adams e Glenn Close. Vale assistir para ver as duas gigantes lado a lado.

Você negaria um Oscar para elas?

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