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'TV Colosso': veja reencontro de Priscila e Gilmar no 'Oi, Sumido'

Colaboração para Splash, de São Paulo

25/11/2020 11h30

Imagine alguém que chega à sua casa para ficar quatro meses e fica quatro anos. Terrível, não? Depende. Se forem cachorros fofinhos e divertidos, por quê não? Essa é a história da concepção de um dos programas infantis de maior sucesso da televisão brasileira, a "TV Colosso".

Criado para tapar um buraco na grade de programação da Globo e com duração prevista de quatro meses, o sucesso foi tanto que que se manteve de 19 de abril de 1993 a 3 de janeiro de 1997.

O conceito de "TV Colosso" foi de Luiz Ferré e Roberto Dornelles, o Beto, integrantes de um grupo de teatro de bonecos do Rio Grande do Sul. Eles conversaram com a editora do Splash, Liv Brandão, e o colunista de cinema Roberto Sadovski para o "Oi, Sumido". Também participaram do papo Monica Rossi (dubladora da Priscila), Paulo Adriane (que literalmente se vestia com a personagem Priscila), Mario Jorge (a voz de Gilmar), Zé Clayton e Fernanda Silveira, manipuladores de —muitos— bonecos.

Muitos mesmo. Eram 28 fantoches que serviam para mais de 50 personagens. A ideia do programa era criar uma emissora de televisão comandada por cachorros —"do presidente ao office-boy". O programa intercalava os esquetes dos cachorros na emissora fictícia com desenhos animados.

De cachorro todo mundo gosta e televisão também

Luiz Ferré

Ele lembra que a ideia de preencher o horário com bonecos era uma consequência do sucesso que fazia na época o norte-americano "Família Dinossauro".

"A nossa responsabilidade é muito grande. Aquele boneco existe de verdade. Ele existe! As pessoas enlouquecem", conta Paulo Adriane, que dava vida à Priscila.

Ferré também lembra do talento exigido dos artistas para colocar o programa no ar: "Um boneco de luva com varas é quase um passeio de trapézio, você tem que entregar o movimento para outro manipulador mexer a mão, e tem o dublador, [e você] tentando colocar o olho do boneco na câmera".

Mario Jorge, que dava voz ao "faz-tudo" Gilmar, conta que improvisava tanto em cima do roteiro que até lamentava o trabalho do colega Beto Dornelles: "Eu tenho pena do Betinho. Porque quem manipula o Gilmar é o Betinho e quando eu acabo de fazer qualquer coisa, o Betinho não tem mais braço".