CCXP investe em diversidade e promete ser um espaço contra todo preconceito
Assim como as outras edições, a CCXP Worlds não é lugar para preconceito. É o que dizem os principais porta-vozes do evento, que se orgulham dos números de diversidade (com artistas LGBT, por exemplo) e discursam sobre a vontade de deixar o projeto mais acessível para a periferia.
O evento nasceu com um mantra: na CCXP você pode ser quem quiser. É um ambiente sem preconceito, a gente não quer que as pessoas sejam julgadas. É um ambiente de diversão e entrosamento para conhecer pessoas que gostam das mesmas coisas, que compartilham valores similares.
- Pierre Mantovani, CEO
Os números são exemplo disso.
No Artists' Valley, área da CCXP Worlds que dá espaço para artistas (famosos e independentes) apresentarem seus trabalhos, 4,3% do conteúdo é relacionado à comunidade LGBT, um número quase igual ao nicho mais poderoso da cultura nerd: 5,1% tem a ver com super-heróis.
Queremos cada vez mais artistas trans, mulheres e negros, mas eles precisam se inscrever. É legal ver o percentual aumentando porque tem mais artistas aparecendo, o que é ótimo, e por entenderem que a CCXP é um ambiente favorável que defende, quer e abre espaço.
- Ivan Costa, curador do Valley
E não parece ser da boca para fora. Em 2015, o "Pânico", da Band, foi banido do evento por ter demonstrado "preconceito de gênero".
Nós já tivemos ações muito concretas contra esse tipo de comportamento, que não é bem-vindo. O 'Pânico' não se comportou adequadamente, rompeu um pacto de convivência e não era algo aceitável. Ano a ano, a quantidade de artistas LGBT, negros e mulheres só tem crescido.
- Ivan
As edições presenciais da CCXP nunca foram exatamente acessíveis para públicos mais pobres.
Afinal, nem todo mundo podia pagar ingresso (e às vezes viagem para São Paulo) para comparecer ao pavilhão; o fato de que o evento será online e gratuito neste ano ajuda bastante a democratizá-lo.
O termo 'democrático' é o mais perfeito. Na divulgação do evento online, o comentário que a gente mais recebeu foi 'finalmente vou poder participar da CCXP'. De pessoas que moram em Palmas, por exemplo. Muita gente não conseguia participar, mesmo morando em São Paulo e ao lado do pavilhão.
- Ivan
A CCXP presencial é incrível, mas exclui muita gente:
Tem uma questão de conseguir ingresso, ter folga no trabalho ou na escola em uma quinta-feira, ou ter onde deixar os filhos. Não é questão de o evento presencial ser pior, mas ele tem uma série de coisas que precisam ser endereçadas.
Desde a saída de Érico Borgo e Aline Diniz, dois nomes que eram importantes para o Omelete e tinham a cara da CCXP, a empresa se reformulou bastante e abraçou a diversidade. Um exemplo disso é o Load, apresentador negro e periférico que se tornou nerd graças aos gibis que "roubava" da biblioteca.
Érico e Aline são sensacionais, mas o Load também é um menino espetacular. A gente tem um pouquinho de tudo. A cultura pop hoje é a mais mainstream do mundo. Quem não conhece o Batman e o Homem-Aranha? O que faz a CCXP ser a maior do mundo é uma união de muitas tribos diferentes.
- Pierre
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