Equipe demitida pela Loading ainda não tinha recebido contrato e benefícios
Os 12 jornalistas demitidos pela plataforma de conteúdo Loading ainda não tinham assinado seus contratos, segundo fontes ouvidas por Splash. A empresa tentou assinar com eles hoje, às pressas, para que a rescisão fosse oficializada na sequência. Porém, os profissionais não aceitaram.
Outros funcionários que permanecem na casa ainda não têm contratos e não podem se manifestar sobre isso publicamente porque assinaram um termo de confidencialidade.
Segundo as fontes, a alta cúpula da Loading se justifica internamente dizendo que é uma startup ainda em seus primeiros passos.
Procurada por Splash, a Loading optou por não confirmar ou negar as acusações contratuais:
Em relação às dúvidas dos acordos contratuais entre o canal e a equipe do programa, a Loading esclarece que não irá se pronunciar.
Sem contrato, a equipe demitida hoje ainda não tinha recebido vale-transporte, vale-refeição e plano de saúde. Eles foram avisados sobre uma carência de três meses no convênio médico, algo que os preocupava na pandemia do coronavírus, diante do aumento no número de internações em São Paulo.
Vale lembrar que os apresentadores dos programas ficam sem máscara durante as gravações.
A Splash, fontes explicam que todos estes benefícios foram prometidos aos profissionais quando aceitaram o emprego. Alguns deles moravam longe de São Paulo, mudaram de cidade - em alguns casos, deixando posições consolidadas em outras empresas - e, agora, não sabem o que fazer.
A reunião de anúncio das demissões resultou no choro de estagiários. Dentre os 12 demitidos, três são estudantes e estão em início de carreira como comunicadores.
Acusações de censura
Os 12 jornalistas demitidos hoje compunham a equipe do programa "Metagaming", voltado para games e eSports (esportes eletrônicos). A queda ocorreu após investigações sobre parceiros desagradarem à chefia, comandada pelo CEO Thiago Garcia e pelo diretor Anderson Abraços.
Estamos falando principalmente de duas reportagens: uma sobre a equipe Vivo Keyd, de eSports, e uma sobre o "caso Sparda". Esta última os mobilizou em uma apuração de três meses e contou a história de um streamer que foi questionado após arrecadar quase R$ 200 mil em doações.
À reportagem, fontes disseram que a diretoria não queria que a emissora "batesse em parceiros". Splash ainda apurou que matérias sobre machismo, LGBTfobia, racismo e outros tipos de preconceito foram criticadas pela alta cúpula da Loading, que havia prometido liberdade editorial a todos.
O cenário de eSports ainda é permeado por preconceitos, mas o canal queria abordar temas "focados em entretenimento" e com "agenda positiva", sem entrar em assuntos polêmicos ou investigativos. O posicionamento oficial da Loading sobre isso está reproduzido abaixo e confirma o uso destas expressões.
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