Sexy e divertida, 'Bridgerton' é a série de época que precisávamos
De Splash, em São Paulo
22/12/2020 05h01
A Netflix deixou para o Natal uma de suas maiores apostas do ano: "Bridgerton", uma história de romances e intrigas que se passa na alta sociedade londrina do século 19.
E a espera valeu a pena: divertida e sexy, "Bridgerton" é a série de época que a gente precisava.
Adaptação de grife
A produção tem origem no papel: ela é adaptada da bem-sucedida série de livros homônima, escrita por Julia Quinn.
E por trás dela está um dos maiores nomes de Hollywood: Shonda Rhimes, criadora de "Grey's Anatomy" e outros sucessos.
"Bridgerton" é a primeira série do acordo multimilionário entre Shonda e a Netflix. Seu pupilo Chris Van Dusen ("Scandal") ficou encarregado de conduzir a nova atração, no posto de showrunner.
O resultado da mistura é certeiro: "Bridgerton" é uma série de época que consegue ser tão viciante quanto os trabalhos anteriores dos dois e encantar com seus personagens carismáticos e com detalhes impressionantes de figurino e ambientação.
E não é exagero...
Dá para ver em cada cena que o orçamento da série foi muito bem gasto em uma direção de arte de alto nível e figurinos que literalmente brilham em cena.
(Isso sem falar dos direitos de músicas como "Thank U, Next", de Ariana Grande, que foram regravadas como melodias instrumentais.)
A história
Os oito episódios são baseados em "O Duque e Eu", o primeiro livro de "Os Bridgertons". O foco está em Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor). Quarta filha (e garota mais velha) de uma família de oito, ela está fazendo sua estreia na alta sociedade e atrai a atenção de vários pretendentes.
Quem também chama a atenção na temporada social é Simon, o Duque de Hastings (Regé-Jean Page), um charmoso solteiro convicto, recém-chegado a Londres.
Ele e Daphne resolvem fingir um relacionamento, para benefício mútuo —mas as coisas não saem exatamente como planejado.
Esse par improvável é um clichê da literatura, mas funciona muito bem na série: Daphne e Simon têm ótima química em cena, inclusive em momentos quentes que você não vê, nem de longe, nos livros de Jane Austen ou das irmãs Bronte.
A forma como a série trata as cenas sensuais, aliás, é um grande acerto. A câmera privilegia as descobertas de Daphne e seu olhar sobre Simon. É ele quem mais vemos sem roupa, em uma mudança bem-vinda do que costuma (costumava?) ser prática na TV e no cinema.
Mas não é só isso: à medida que o romance de Daphne e Simon avança, é quase impossível parar de assistir à série, com seus diálogos afiados e uma boa reedição do velho conflito entre amor e dever.
Coadjuvantes para ficar de olho
A trama acaba escorregando um pouco quando tira o foco do casal principal, já que não consegue encontrar um equilíbrio para tratar seus muitos personagens com igual atenção.
Mas ajuda que eles sejam muito carismáticos, principalmente Eloise Bridgerton (Claudia Jessie) e Penelope Featherington (Nicola Coughlan).
A primeira, irmã mais nova de Daphne, é espirituosa e sonha em fugir do roteiro da época, pelo qual o único caminho das mulheres da alta sociedade era casar e ter filhos. Já a segunda, caçula da família vizinha, é uma garota sonhadora e romântica, que vive uma paixão não correspondida.
E claro que não dá para não falar de Julie Andrews como Lady Whistledown...
...Uma misteriosa colunista que começa a publicar todos os escândalos da alta sociedade. Nunca a vemos, mas sua narração torna a história ainda melhor de se assistir.
Então vale ver?
Vale! E aqui não importa se você é fã de série de épocas ou não: você vai se divertir muito vendo "Bridgerton" neste fim de ano.