'Soul' é um dos melhores da Pixar e vai conquistar fãs de 'Divertida Mente'
Prepare a pipoca e os lenços: "Soul" é, facilmente, um dos melhores da Pixar. O filme chegou ao Disney+ hoje, sem passar pelos cinemas por causa do coronavírus, e tem tudo para conquistar o público que se emocionou muito com "Divertida Mente" (2015, do mesmo estúdio).
É uma história profunda, delicada e sensível sobre o sentido da vida.
Joe Gardner (dublado por Jamie Foxx no áudio original) é um professor de música que sonha em deixar sua marca no jazz e consegue uma oportunidade de ouro, mas perde a chance de sua vida —literalmente— ao sofrer um acidente.
Sim, o filme faz a gente lidar com o assunto "morte" muito mais rapidamente do que outros da Disney, até mesmo mais cedo do que "Bambi" (1942). As crianças ainda vão se divertir com a aventura, mas o alvo da Pixar é você, adulto.
Eles querem te fazer chorar de novo.
Joe perde o corpo e vira uma alma (semi fantasmagórica, com tons em azul e outras cores), mas consegue escapar do "além". O problema é que ele vai parar no plano espiritual em que as novas almas são formadas para virem à Terra; e lá, Joe conhece 22 (Tina Fey), uma alma que não quer viver.
São dois contrastes simultâneos e interessantes.
- O contraste emocional. O que Joe mais quer é voltar à vida, mas 22 tem pavor de nascer.
- O contraste visual. O mundo das almas é minimalista e relativamente tranquilo; por outro lado, o dos vivos (em Nova York) é barulhento, caótico e cheio de detalhes.
Não demora muito para Joe perceber que pode usar a situação a seu favor.
Se ele tiver sucesso como mentor de 22, talvez consiga voltar ao seu corpo humano. Mas como fazer isso quando até Madre Teresa e Gandhi fracassaram como mentores de 22 e perderam a paciência com a jovem alma teimosa?
Algumas das melhores cenas do humor inteligente de "Soul" estão nas tentativas que diversas personalidades históricas fazem para convencer 22 a encontrar seu propósito de vida. Em resumo, convencê-la a querer viver.
É uma trama bastante madura, certamente uma das mais adultas da Pixar. Os espectadores mais velhos talvez precisem de um tempinho para refletir sobre a vida depois de assistir ao filme. Não é à toa que o diretor, Pete Docter, é o mesmo de "Divertida Mente".
'Soul' é um filme sobre a vida. Assim como Joe, nós tentamos convencer a audiência de que a vida importa. Às vezes, a gente pode acordar e pensar: 'Por que estou acordando? O que vou fazer de tão importante que justifica sair da cama?'. Faz a gente olhar para nossas vidas.
- Pete Docter a Splash
Mas pode deixar as crianças na sala!
Os pequenos podem ver e curtir "Soul" sem preocupações. Aliás, Pete Docter também foi o diretor de "Monstros S.A.", filme que o credencia como um bom contador de histórias para todas as idades.
Joe é o primeiro protagonista negro da história da Pixar e já se apresenta como um dos mais reais do estúdio por ser dolorosamente humano. Aliás, é lamentável que a pandemia tenha tirado a nossa chance de ver este personagem nos cinemas, na estreia que ele com certeza merecia ter.
Mas é impressionante que o filme tenha sido finalizado na casa dos produtores e animadores:
Estávamos perto de terminar a produção quando eles mandaram todo mundo ir para casa por causa da pandemia. Mas a equipe se organizou, foi incrível. Terminamos animação, iluminação e efeitos especiais em casa.
"Soul" é mesmo um filme com "alma", e a jornada de Joe é ótima para encerrar um 2020 tão difícil. Além disso, é um bom lembrete para a gente proteger os entes queridos do coronavírus no fim de ano: por mais que o jazz ou a folia sejam tentadores, nada importa mais do que a luta pela vida.
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