'BBB 21' escolhe nomes politizados e mostra que não quer 'isentões' na casa
De Splash, em São Paulo
20/01/2021 12h00
O "BBB 21" será o mais diverso de todos os tempos. A nova edição tem o maior número de negros e LGBTQs da história, mas não inovou só em representatividade de minorias: desta vez, o programa escolheu pessoas politizadas para valer, que até se manifestam abertamente sobre política.
Lumena tem foto em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018.
Além dela, as famosas Karol Conká e Camilla de Lucas são descritas como militantes, pessoas antenadas em causas sociais e populares. Elas têm no mínimo um aliado no grupo "Pipoca", formado pelos "anônimos": o professor João Luiz, que é declaradamente contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Lucas Penteado é funkeiro, poeta, ator de "Malhação" e um artista muito politizado. Para se ter ideia, a referência dele no "BBB" é Babu Santana, ator negro que cresceu na periferia e fez o Brasil discutir racismo na TV aberta e no horário nobre.
Por outro lado, Caio Afiune é seguidor de Bolsonaro e não está sozinho; o cantor Rodolffo é eleitor bolsonarista, chegou a declarar publicamente seu voto em 2018 e parece ainda apoiar o presidente —considerando suas interações nas redes sociais.
Não precisa pedir para a gente não misturar "BBB" e política: o próprio programa desse ano já misturou.
A mensagem que o elenco desta edição nos passa é que o "BBB" calculou o risco do debate político e decidiu que não quer "isentões" (ou "plantas não politizadas") brigando pelo prêmio. Pessoas deste tipo não geram o engajamento que o programa teve no ano passado e que virou meta.
Mas o "BBB 21" corre risco de ser como o 19, que tentou rivalizar pessoas de visões muito distintas, mas "flopou" com o público. Só veremos debates inflamados entre brothers e sisters se houver química espontânea entre os participantes e boas tramas, como no 20. Vamos descobrir a partir do dia 25.