Belo é solto no Rio de Janeiro; cantor diz que não sabia do local do show
O cantor Belo foi solto hoje no Rio de Janeiro após o desembargador Milton Fernandes de Souza do TJRJ acatar a decisão do habeas corpus expedido no início da madrugada.
Ele deixou o sistema prisional do Rio por volta das 11h20 (de Brasília). Belo foi preso ontem, de forma preventiva, pela Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), da Polícia Civil do Rio de Janeiro e levado ao presídio no início da noite de ontem.
O cantor é investigado pela realização de um show no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, durante a pandemia do novo coronavírus. O evento, que aconteceu no interior da Escola Estadual do Parque União, não foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde e nem pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro.
Ele contou em depoimento aos agentes da Dcod que não sabia que o a área onde realizou o show era uma região comandada pelo tráfico de drogas e, segundo a defesa, ele foi contratado por R$ 65 mil para fazer o evento na madrugada do último sábado.
O UOL teve acesso ao documento e o artista afirma que, por ser de São Paulo, não consegue identificar quando está em comunidade ou não.
Segundo o advogado do artista, Jefferson de Carvalho Gomes, o cantor foi contratado por R$ 65 mil para fazer o show no sábado (13), porém o artista afirmou que só ficaria com 50% do valor pago.
O cantor disse no depoimento que quando realiza qualquer tipo de evento, a empresa Belo's Music Empreendimentos Artísticos - José Alfredo da Silva Santana e Ronaldo de Carvalho Menino - é quem faz a ponte com as outras agências. De acordo com Belo, ele não sabe os locais onde fará os shows e que a pessoa que fica responsável por isso é José Alfredo.
O artista disse que apenas se encaminha aos locais já predeterminados e no, caso do show no Parque União, no Complexo da Maré, zona norte do Rio, ele desceu da van que o buscou em casa e, por não ter camarim, assim que chegou ao local, foi praticamente direto para o palco
Para a polícia, Belo falou também que ao se encaminhar para o show percebeu que passava pela Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, e que chegou a comentar que parecia se tratar de uma comunidade, mas não poderia afirmar.
Segundo o artista, o evento teve duração de 80 minutos, como firmado no contrato. Belo garantiu que não teve contato com traficantes ou qualquer pessoa armada no local.
A defesa conversou com o UOL e repudiou a prisão do artista.
Ligar o cantor Belo com qualquer ligação com o tráfico do Parque União ou qualquer outra localidade, não passa de uma triste ilação que tenta defender o indefensável. Belo não pode ser responsabilizado por nenhuma aglomeração, pois esteve na comunidade do Parque União tão somente para fazer o seu trabalho, previamente contratado por empresa, cujo contrato constam nos autos, não podendo ser o cantor responsabilizado por atos que são inerentes ao contratante e por conseguinte do poder público
O advogado acrescentou ainda que "atribuir qualquer responsabilidade ao cantor Belo, é o mesmo que dizer então que o comércio das ruas Dias Ferreira e Olegário Maciel, seriam responsáveis pelas aglomerações ali causadas, quando o certo, mais uma vez, é dizer que a responsabilidade de prevenir e/ou fiscalizar é do poder público".
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