Débora Falabella fala sobre ansiedade: 'Já tive crises, mas lido muito bem'
Estreia hoje nos cinemas o filme "Depois a Louca Sou Eu", dirigido por Julia Rezende, escrito por Gustavo Lupstzein baseado no livro autobiográfico da escritora Tati Bernardi, e estrelado por Débora Falabella. A atriz dá vida a uma escritora que, desde jovem, lida com crises de ansiedade — assunto que a artista conhece bem.
"A ansiedade é o mal do nosso tempo e a Dani é uma personagem muito contemporânea. Temos vivido um tempo muito acelerado, onde nos é cobrado que a gente produza muito o tempo inteiro. Temos sofrido um pouco com a falta de tempo. É comum que as pessoas ao nosso redor lidem com uma certa ansiedade e angústia. Então, conhecia esse tema por vive-lo e também por conhecer pessoas ao meu redor que passam por isso", disse ela em entrevista para a Quem.
Sou uma pessoa ansiosa, claro que em graus diferentes da Dani. Já tive algumas crises, mas hoje em dia resolvo e lido muito bem com isso fazendo terapia. Há dez anos faço analise, que é um lugar aonde me conheço, posso falar dos meus medos, das minhas fragilidades. É algo que para mim é muito importante.
Em seguida, Débora diz que se identifica bastante com sua personagem no filme. "A Dani passa por muitas situações que eu me identifico, não que eu tenha passado por elas da mesma forma. O resultado não foi parecido com o meu, mas o nervosismo que a Dani sente ao dar uma entrevista, por exemplo, acontece na minha carreira", exemplificou.
"Me sinto muito à vontade representando e no ambiente de trabalho, mas quando tenho que divulgar o projeto e ser eu mesma, também tenho esse nervosismo e ansiedade que a Dani tem. Talvez nem sempre eu fale tudo o que tenha para falar em uma entrevista por causa do nervosismo, que às vezes me atrapalha muito. Me identifico um pouco neste lugar", frisou.
Parcerias no elenco
Débora também exaltou suas parcerias em cena, como com Yara de Novaes, que interpreta sua mãe no longa-metragem. "Eu tenho uma história com a Yara muito grande. A gente tem uma companhia de teatro e trabalha já há muitos anos. Estender isso para o cinema foi maravilhoso", disse.
A gente já tinha uma relação próxima também na vida pessoal, meio que de irmãs ou de mãe e filha. Levar isso para o cinema nos deixou muito à vontade. Construir essas personagens juntas e pensá-las juntas foi muito lindo. É muito bom ter essa troca e cena porque seu personagem depende do outro personagem para existir.
Além disso, a atriz contracena com seu ex-namorado, Gustavo Vaz. "O personagem do Gustavo foi um lugar que a Dani encontrou para não se sentir tão sozinha no mundo. Ela encontrou alguém com os mesmos dramas que ela. Para isso, a gente precisa ter um ator muito bom ao nosso lado e acredito que o Gustavo seja esse ator. Também tive uma troca muito grande com ele. Temos um elenco todo muito bom e tenho muito orgulho dos meus parceiros de cena", comentou.
De acordo com Débora, mostrar assuntos mais sérios de forma leve não foi um problema. "Não foi um desafio porque não sentia que tinha que fazer algo para ser engraçada. Tinha vezes em que a cena acabava indo para um lugar tão absurdo que já tornava aquela situação engraçada. Esse é o grande mérito do texto da Tati, que consegue rir de si mesma. Mas tiveram muitas cenas bem dramáticas e difíceis", destacou.
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