Filho de Osama Bin Laden é pintor e se inspira em paisagens dos EUA
O 4º filho mais velho de Osama Bin Laden, Omar Bin Laden, 39, herdou da mãe o gosto pela pintura. Em entrevista à Vice norte-americana, ele falou sobre as suas inspirações, que vão desde a fazenda dos pais no interior da Arábia Saudita, onde brincava na infância, às paisagens do velho oeste americano.
Omar é fã de filmes que retratam o velho oeste, como os de Clint Eastwood. As paisagens em suas pinturas alternam as dunas de areia dos desertos sauditas e as margens do Rio Nilo, com os cactos, árvores secas e esqueletos de animais do Arizona.
"O lado da minha mãe da família é muito artístico. Minha mãe ama pintar, uma das minhas irmãs também e meu tio é um artista muito bom. Então a necessidade de desenhar e pintar corre no meu sangue", afirma Omar.
Nos últimos 12 meses, ele produziu mais de 12 quadros originais, com cores vibrantes no estilo naif e pinceladas expressionistas. O traço infantil remete à infância interrompida de Omar.
"Eu sinto falta dos momentos de diversão, quando eu era muito jovem e inocente para entender o que estava acontecendo ao meu redor. Eu sinto falta das dunas de areia do deserto, sinto falta da paz que eu tinha na infância", relatou Omar.
Aos sete anos de idade, o garoto já desenhava os cavalos do pai e lembra com alegria de quando seu desenho foi pendurado na parede da escola. "É a minha memória mais feliz", diz.
Dois anos depois disso, Saddam Hussein invadiu o Kuwait, e Osama, convencido de que tinha que proteger e Arábia Saudita das forças do Iraque, converteu a família em uma base militar. Três anos depois, a família foi derrubada pelos próprios sauditas e precisou migrar para o Sudão.
Foi no fogo cruzado do conflito geopolítico que Omar passou a adolescência, na cidade sudanesa de Khartoum, e mais tarde em zonas de guerra no Afeganistão.
Aos 15 anos, Omar foi levado ao campo de treinamento da Al Qaeda e aos 16 já estava armado na linha de frente da guerra civil do Afeganistão. Aos 18, ele abandonou a Al Qaeda e fugiu com a mãe para a Síria. A última vez que viu o pai foi em 2001, no Afeganistão.
Críticas à ideologia do pai
Omar tinha 20 anos e vivia na Arábia Saudita quando aconteceu o ataque das Torres Gêmeas em Nova York. Depois do ataque, Osama se refugiou nas montanhas de Tora Bora, que aparecem em uma das obras de Omar, pintadas de vermelho vivo.
Omar já se pronunciou diversas vezes condenando o ataque do 11 de Setembro, expressando dor pela morte das vítimas e denunciando a Al Qaeda pelo massacre de civis inocentes. Ele rejeita a ideologia violenta de seu pai.
"Muita gente pensa que todos os árabes, especialmente os Bin Ladens e especialmente os filhos de Osama, são todos terroristas, o que não é verdade", disse ele em uma entrevista em 2008.
Na época, ele declarou que queria ser embaixador pela paz, na tentativa de compensar os "grandes erros" do pai. Hoje, diagnosticado com transtorno bipolar, Omar afirma ter encontrado paz através da pintura.
"Quero que o mundo saiba que eu cresci, que estou confortável comigo mesmo pela primeira vez na vida. O passado ficou para trás e é preciso perdoar para ficar em paz com suas emoções", diz.
Atualmente, Omar vive na França, em sua fazenda no interior da Normandia, com a esposa Zaina Mohamed Al-Sabah e alguns cavalos.
Osama Bin Laden foi morto em 2011 pelas forças armadas dos EUA, no Paquistão.
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