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MC Gui diz que estava em 'casa de pôquer'; polícia flagrou cassino em SP

Maurício Dehò

De Splash, em São Paulo

14/03/2021 14h52

O funkeiro Mc Gui se pronunciou na tarde de hoje após ser detido pela polícia em uma festa na madrugada de hoje, contrariando as restrições impostas pelo governo paulista para frear a pandemia do coronavírus. Em uma nota enviada ao UOL, pela assessoria de imprensa do cantor, MC Gui afirma que o local era uma casa de pôquer.

De acordo com a Polícia Civil, ele estava em um cassino clandestino, localizado na Vila Olímpia, bairro nobre e boêmio de São Paulo. O jogador do Flamengo Gabigol também foi levado para prestar esclarecimentos.

"Diferentemente do que está sendo veiculado, o local onde encontrava-se o cantor MC GUI tratava-se de uma casa de Poker, que foi fechada pela Vigilância Sanitária, em decorrência da decretação de fechamento de locais públicos", diz o comunicado.

A assessoria ainda afirma que "para que a vigilância possa atuar no fechamento e retirada das pessoas do local, necessitaram acionar autoridades locais, a fim de evitar maiores tumultos. O artista já prestou os esclarecimentos necessários e colaborou com o que foi solicitado, a quem de direito".

Mc Gui e Gabigol foram levados para a delegacia com mais cerca de 200 pessoas. Eles assinaram um termo se comprometendo a prestar depoimento futuramente e foram liberados na sequência.

"Foram conduzidos, na verdade qualificados, por conta da pandemia já para prestar esclarecimento aqui na delegacia, e os funcionários e o responsável pelo local também devem responder por crime contra a saúde pública, jogo de azar e contravenção. Os demais serão ouvidos posteriormente porque senão a gente causaria outra aglomeração aqui", explicou Eduardo Brotero, delegado de polícia e supervisor do GARRA, à Globo News.

O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) participou da operação e postou um vídeo em suas redes sociais. De acordo com a Polícia Civil, o parlamentar foi o responsável pela denúncia e, por isso, estava no local.

Cassino e aglomeração

A operação contou com a presença de agentes da Vigilância Sanitária, Procon-SP e as polícias Civil e Militar. O DPPC (Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania) vai investigar o caso. A existência de um cassino clandestino é qualificada como contravenção e não resulta em prisão. No caso de Gabigol e das demais pessoas que foram flagradas no local, é considerado uma infração. Eles não correm o risco de serem presos, segundo o DPPC.

"Tanto a contravenção de jogo de azar quanto artigo 268 de saúde pública somados são crimes de menor potencial ofensivo. As pessoas não ficam presas em flagrante. Eles em concordando em participar de todos os atos judiciais requisitados, há substituição da prisão em flagrante pelo termo circunstancial", prosseguiu Botero.

Os chamados "jogos de azar" são proibidos no Brasil desde 1946, por decreto do então presidente Eurico Gaspar Dutra. Um Projeto de Lei que tramita na Câmara dos Deputados desde 2008, de autoria do deputado Maurício Quintella Lessa (PL-AL), tenta a liberação da exploração dos jogos de azar em hotéis e hotéis-cassinos.

As operações visam impedir aglomerações em um momento crítico da pandemia da covid-19. O Estado de São Paulo já contabilizada 63.965 mortes pela doença. No fim da última semana, o governador João Doria (PSDB) anunciou a mudança para uma fase emergencial do Plano SP, que aumentará as restrições na região.