João Gordo diz que PM tentou reprimir ação solidária em seu aniversário
O vocalista e apresentador João Gordo foi às redes sociais para reclamar do que considerou ser uma repressão policial ocorrida durante a ação solidária que aconteceu sábado (13), próximo ao viaduto Alcântara Machado, na zona leste de São Paulo.
"Colou uma pá de gambé para reprimir a aglomeração ilegal da festa de aniversário de um tal de João Gordo", escreveu o cantor em terceira pessoa, dando a entender que policiais compareceram ao seu aniversário. "Tá na cara (que) nossa ação solidária foi caguetada por gente de bem em nome de Cristo", ironizou o vocalista das bandas Ratos de Porão e Lockdown.
João Gordo completou 57 anos no sábado. E para comemorar, organizou uma ação solidária para arrecadar alimentos à Ocupação Alcântara Machado, localizada sob o viaduto de mesmo nome na zona leste da cidade. O artista diz que não foi ao evento.
Ao UOL, Viviane Torrico, mulher de João e uma das organizadoras da ação solidária, disse que o artista raramente sai de casa, pois está triste devido a quantidade de amigos que perdeu para a pandemia de covid-19. "Às vezes o João não quer sair de casa. Ele disse que não estava bem no dia do aniversário e decidiu ficar em casa", contou Torrico.
Repressão policial
De acordo com a jornalista e esposa do cantor, por volta das 11h apareceram diversas viaturas e até uma base comunitária da Polícia Militar questionando quem era o responsável pelo evento.
"Os policiais chegaram bem agressivos", lembra ela, embora não tenha havido registro de agressão. "Perguntaram quem era o responsável pelo evento, em quê consistia o evento. A gente explicou que não tinha evento algum, que estava acontecendo um café da manhã, que estávamos alimentando crianças e mulheres e recebendo doações", explicou. Torrico disse que João Gordo não quis comentar à reportagem o ocorrido, já que não estava presente no local.
Quando a polícia checou que não havia movimentação de festa, pediu documento de algumas pessoas e, quando já estava quase indo embora, viu um homem com aparência semelhante à de João Gordo em um quarto. Na verdade, era Gabriel, voluntário do projeto social.
"Eu estava em um barraco colocando uma beliche nova com um dos voluntários, o Gabriel, que tem os mesmos trejeitos do João — isto é, gordinho, tem barba, bermuda. Eles viram o Gabriel e caíram matando em cima dele: 'João Gordo, João Gordo'. Intimando muito. 'Eu não sou o João Gordo, só estou montando o beliche da moça', ele falou. Foi até engraçado", contou Torrico.
Apesar do contratempo com os policiais, João Gordo deixou claro que a ação atingiu seu objetivo: "Foi um dos melhores aniversários da minha vida. Muitas doações. Essa história de aniversário solidário é muito legal. Espero que os amigos, fãs e simpatizantes façam o mesmo em suas respectivas comemorações", escreveu João.
Polícia diz que não houve registro de atendimento
Procurada hoje pela reportagem, a Polícia Militar informou em nota que "não localizou o chamado e atendimento para o local, data e horário citados, e ressalta que segue em apoio aos órgãos estaduais e municipais competentes para fiscalizações de aglomerações".
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