Beyoncé recordista, pódio feminino: tudo o que rolou no Grammy 2021
De Splash, em São Paulo
15/03/2021 01h15
Com plateia distanciada (e de máscara), o Grammy da pandemia se virou muito bem apesar das adversidades. Um dos vários acertos da 63ª edição do prêmio musical foi escalar Trevor Noah para apresentar a cerimônia diretamente do Staples Center, em Los Angeles.
Sob o comando do comediante sul-africano, o Grammy 2021 fez do limão uma limonada e serviu uma de suas melhores cerimônias em muito tempo.
Noah, que classificou o Grammy como "o maior evento do ano após a invasão do Capitólio", brilhou na simpatia e nas piadas ácidas ("única coisa que vai entrar pelo nariz das pessoas é o swab do exame de covid").
Assim, burlou com sagacidade a caretice da Record Academy, que proíbe palavrões na festa.
Tá, mas e os vencedores?
Os principais prêmios da noite foram:
- Álbum do ano: "Folklore", de Taylor Swift
- Canção do ano: "I Can't Breath", de H.E.R.
- Gravação do ano: "Everything I Wanted", de Billie Eilish
- Artista revelação: Megan Thee Stallion
Bonito esse pódio todo feminino, hein?
Também rolou o primeiro Grammy de Harry Styles, por performance pop solo com "Watermelon Sugar", Dua Lipa levou o prêmio de melhor álbum de pop vocal com seu "Future Nostalgia" e muito mais. Caso você queira ver os principais vencedores do Grammy 2021, aqui vai a lista.
Ela é recordista
Outra a brilhar foi Queen B, se tornando a mulher que venceu mais Grammys na história. Ela completou 28 prêmios com as categorias de melhor clipe ("Brown Skin Girl"), melhor canção de rap e melhor performance de rap ("Savage") e melhor performance de R&B ("Black Parade").
Já sua filha mais velha com Jay-Z, Blue Ivy, conquistou seu primeiro Grammy (o de clipe do ano) por "Brown Skin Girl", gravada ao lado da mãe. Blue Ivy, de 9 anos, se tornou a segunda pessoa mais nova a vencer um Grammy.
Essa família...
Beyoncé
Shows foram o ponto alto
Para obedecer os protocolos de segurança contra a covid-19, o palco que recebeu as apresentações do Grammy 2021 lembrou a configuração do "Later... With Jools Holland", tradicional programa musical da TV inglesa, com pequenos palcos em torno do principal.
De uma tacada só, antes mesmo do anúncio de vencedores, apresentaram-se Harry Styles, em uma versão sóbria do hit "Watermelon Sugar" (provando ser capaz de fazer muito, mesmo com pouco), Billie Eilish e o irmão Finneas, com "Everything I Wanted", e as irmãs do Haim, com "The Steps".
Uma das melhores performances da noite foi a do rapper Lil Baby, que criticou a brutalidade policial contra a população negra dos EUA, com direito à encenação de truculência e protestos Black Lives Matter e à cobrança ao presidente Joe Biden.
Outro baita destaque foi a dobradinha entre Cardi B e Megan Thee Stallion (coroada a revelação do ano), que cantaram juntas pela primeira vez "WAP". Ao fim da superprodução, um susto para os brasileiros: um sonoro "fica de quatro", em bom português, saído do remix feito pelo DJ Pedro Sampaio.
In Memoriam diferente
O Grammy 2021 também inovou com um "in memoriam" que começou animadíssimo, embora isso possa soar um tanto quanto contraditório.
No quadro que homenageou os (muitos) músicos mortos do último ano, Bruno Mars e Anderson Paak voltaram ao palco (eles já haviam apresentado a deliciosa "Leave the Door Open" do projeto conjunto Silk Sonic) para relembrar Little Richard, pioneiro do rock morto em 2020 aos 87 anos.
As músicas? "Long Tall Sally" e "Good Golly, Miss Molly".
O tributo se seguiu com apresentações de Lionel Richie (cantando "Lady" para o amigo Kenny Rogers, morto aos 81 anos), Brandi Carlile homenageando John Prine e Brittany Howard com Chris Martin, do Coldplay, cantando "You Will Never Walk Alone". A seção durou cerca de 13 minutos. Antológico!
Baile de máscaras
E como estamos numa pandemia, o acessório que mais fez sucesso no palco e na diminuta plateia do Grammy foram, claro, as máscaras. Teve de tudo, dá uma olhada aí embaixo (e lembre-se, se até Beyoncé usa máscara para se proteger da covid-19, não tem por que você não usar, certo?).
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL