'Vocês saberão toda a verdade', diz cantor do Molejo suspeito de estupro
Após cerca de duas horas de acareação aos agentes da 33ª DP (Realengo), zona oeste do Rio de Janeiro, a defesa do rapaz que acusa o cantor Anderson Leonardo, do grupo Molejo, de constranger a suposta vítima durante os depoimentos. Esta foi a primeira vez que eles se encontraram após a denúncia ter sido feita.
"Ele [o rapaz] manteve durante a acareação todos os depoimentos que ele deu inicialmente. Infelizmente durante a acareação houve uma tentativa de desqualificá-lo. O acusado [Anderson] disse que em razão do corpo dele, ele não poderia ser vítima de um crime de estupro. O nome disse é 'body shame' — tentar utilizar um atributo físico da vítima para desmerecê-la", disse a advogada Feh Oliveira após o término dos depoimentos.
A defesa concluiu dizendo que "a gente sai daqui muito confiante. É muito comum nesses crimes de estupro você tentar desmerecer a vítima, é falar que a vítima quis. O Anderson falou 'eu fui indo pelas beiradas', um absurdo. As pessoas acham 'vou colocar só a cabecinha', não, sempre que há um ato sexual não consensual ele é estupro".
Ao deixar a 33ª DP (Realengo), Anderson Leonardo se defendeu dizendo: "Agora a galera vai ficar sabendo de toda a verdade. Em breve, vocês vão saber de tudo. Só isso que eu tenho para declarar. Vocês vão ver".
O delegado responsável pelo caso, Rodrigo Barros, conversou com Splash.
"Nós restringimos a acareação somente ao período em que houve os fatos investigados. Aquele dia que e aquele período. Não tem como dar um prazo para o fim do inquérito já que provas periciais ainda estão sendo juntadas e outras pessoas ainda serão ouvidas".
Relembre o caso
No mês passado o rapaz prestou queixa contra o cantor alegando que o mesmo o havia estuprado na noite do dia 11 de dezembro. Na ocasião, ele disse que denúncia não foi feita na época por medo de retaliações.
Anderson Leonardo foi chamado a prestar depoimento e confirmou que teve relações com o rapaz, mas de forma foi consensual. O artista disse ainda que chegou a ser chantageado pela mãe da suposta vítima.
Ao longo das investigações, além dos dois, outras sete pessoas prestaram depoimento na 33ª DP: uma cantora, a mãe do jovem, a irmã do cantor e quatro funcionários do motel. Eles inclusive informaram à polícia que não notaram nada de anormal e não ouviram pedido de socorro - como o jovem alegou ter gritado.
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