Afro-X retoma 509-E, lança single e relembra rebelião no Carandiru
Em fevereiro de 2001, mais de 20 presídios de São Paulo enfrentavam uma onda de rebeliões promovidas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que protestava contra a transferência de líderes da organização. Cinco presos morreram durante as ações.
Um dos participantes do motim era Cristian de Souza Augusto, o Afro-X, integrante do grupo de rap 509-E, que na época cumpria pena por assalto à mão armada no presídio do Carandiru.
Vinte anos depois, e sem seu parceiro à época, Dexter, o rapper agora se junta com o irmão, o cantor Bad, para lançar "A Liberdade Cantou", novo single do 509-E.
Em entrevista para Splash, Afro-X falou do momento atual, após mais de uma década sem novidades, e também sobre a mensagem da música.
Afro-X
Em 2001, ano da megarebelião, o rapper namorava a cantora Simony (ex-Balão Mágico) e o relacionamento era super comentado - nos dias de hoje, certamente o casal estaria nos trending topics do Twitter. Os dois chegaram a se casar e tiveram dois filhos, Ryan e Aysha.
No dia da rebelião, Simony estava no Carandiru. Afro-X conta que todos os visitantes tinham conhecimento prévio do que ia rolar e a cantora serviu como um canal de diálogo para negociação com as forças de segurança.
Toda rebelião é tensa, mas aquela, por envolver vários presídios, foi bem complicada.
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O início na prisão e a volta aos palcos
509-E era a cela dividida por Dexter e Afro-X no Carandiru. Os dois eram amigos do morro Calux, em São Bernardo do Campo, e participaram de grupos de rap no início dos anos 1990, antes de se encontrarem na prisão.
O duo nasceu em 1999 dentro do Carandiru, quando ambos cumpriam pena pelo crime de assalto a mão armado. Sob regime fechado, eles conseguiram autorização da Justiça para gravar os álbuns "Provérbios 13" e "MMII DC", além de realizarem shows.
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Após deixar a prisão, a dupla acabou. Estavam livres, mas em 2005 cada um decidiu seguir em caminho solo.
Foram mais de 10 anos afastados. Em 2019, retomaram o contato e realizaram a turnê "Vivos", que rodou o Brasil relembrando os sucessos da antiga.
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Porém, a sintonia já não era a mesma e o duo se afastou de vez. Afro-X diz que não vê mais abertura para futuras parcerias com Dexter e que a decisão de não seguirem uma trilha em parceria partiu do Oitavo Anjo.
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A treta na TV Globo
Um episódio que marcou a trajetória do 509-E foi a entrevista para o programa "Altas Horas", do apresentador Serginho Groisman, em 2000.
Ainda sob regime fechado, eles receberam autorização para participar de um debate com o coronel da PM Conte Lopes, hoje deputado estadual.
Mas o debate não durou muito. Conte Lopes subiu o tom, Dexter e Afro-X não deixaram por menos. Serginho tentou intervir, mas a treta já estava instalada.
Afro-X disse que o assunto "não morreu ali".
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