Mariana Godoy celebra nova fase e lamenta conduta do Brasil na pandemia
De Splash, em São Paulo
29/03/2021 04h00
Depois de um 2020 conturbado, lidando com a pandemia e planos não concretizados, Mariana Godoy parece, enfim, ter se encontrado. A apresentadora festeja o retorno à bancada no "Fala Brasil" da RecordTV, seu carinhoso reencontro com o jornalismo diário.
Eu volto à bancada com outro tipo de experiência, de vivência. A sensação é de voltar pra casa depois de um aprendizado fora. É bom! E em época de pandemia e distanciamento social, o jornalismo é o caminho que me interessa.
Após deixar a Globo em 2014, Mariana teve seu primeiro talk show na RedeTV!, onde permaneceu até o início do ano passado. Em junho, foi contratada pela Band para um programa de variedades que pouco durou. O recomeço na RecordTV marca o fim do período conturbado.
Não me senti nem um pouco frustrada! Foi um ano intenso e de transição. Eu sabia o que queria e fui na direção que escolhi. A pandemia mudou ou inviabilizou o formato dos programas que eu queria fazer. Não dá pra insistir em algo assim nesse momento.
Casa nova
Mariana é só elogios quando o assunto é a RecordTV. "Fui bem acolhida por todos. Uma semana depois, já estava totalmente integrada", comemora. Ela divide a bancada com Sérgio Aguiar, antigo colega da Globo. "Me sinto muito confortável ao lado dele."
Importância do jornalismo
Mais do que nunca, a pandemia reforçou a importância do jornalismo profissional. Em um período onde as notícias falsas circulam livremente pelas redes sociais, é importante estar atento a conteúdos de credibilidade. Mariana vê o avanço das "fake news" como uma ameaça.
As fake news ameaçam a democracia. Vamos chamá-las pelo nome que elas têm: mentira. Nós precisamos entender por que a mentira encontrou um terreno tão fértil para se instalar e se multiplicar. Não existe democracia sem jornalismo livre e independente
Essa postura crítica e atenta de Mariana no "Fala Brasil" transformou sua estreia em estrondo. Um vídeo seu no programa, reclamando sobre a demora do governo brasileiro na aquisição de vacinas contra a covid-19, viralizou e foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
Não vejo tudo porque não dá. Não levo nenhuma crítica ou ofensa que tentem me fazer pra o lado pessoal. Não acho que seja realmente comigo o problema. Eu vejo as redes sociais como um espaço de catarse ou terapia. Tem gente que desabafa nas redes para tirar algo de dentro de si.
Rumos da pandemia
Falando em pandemia, Mariana conta os minutos para tomar sua vacina. A jornalista e o marido, Dalcides Biscalquin, se infectaram no ano passado e até hoje precisam lidar com as sequelas que a doença deixou.
Não tomamos remédios e não precisamos de internação. Mesmo assim, a sensação é péssima. Muita dor no corpo e dor de cabeça. Fiquei sem olfato e paladar por 2 meses. Senti também muita falta de memória e uma diminuição da capacidade de raciocínio. Tive crises de ansiedade e de pânico.
A jornalista lamenta a conduta questionável do governo brasileiro diante da pandemia, que já deixou mais de 300 mil mortos por todo o país e não parece estar perto de acabar.
Ninguém pode dizer que não sabia o risco que corríamos. Os principais cientistas fizeram todos os alertas e as projeções se confirmaram. Três ministros da Saúde diferentes em um ano de pandemia, campanha por remédios que não funcionam e declarações públicas contra uma vacina...Onde já se viu?
Para o futuro, os planos são simples. Ela quer retomar o contato com as pessoas que está afastada há tanto tempo e seguir por muitos anos na bancada que trouxe tanta felicidade no "Fala Brasil".
Não estou fazendo planos a longo prazo. Sinto muita falta de estar com minha família e abraçar quem eu amo. Quando tudo voltar ao normal, eu quero ir viajar, ver minha mãe, meus irmãos. Mas, para isso, é preciso primeiro vacinar.