Morre Agnaldo Timóteo, aos 84, vítima da covid-19
O cantor e político Agnaldo Timóteo morreu hoje, por complicações da covid-19, aos 84 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Funjor, através do qual a família vinha se comunicando com a imprensa desde a internação do artista, em 17 de março.
O cantor havia tomado a segunda dose da vacina contra a doença dois dias antes de ser internado. O Instituto Butantan explica em seu site que é possível se contaminar mesmo após a vacinação e que, após receber a segunda dose, são necessárias algumas semanas para atingir maior imunidade.
A assessoria do artista confirmou ao UOL que ele tomou a primeira dose no dia 15 de fevereiro e a segunda dose em 15 de março. Timóteo deu entrada no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 17 de março.
O intervalo entre a segunda dose e a internação do artista é curto e indica uma infecção antes da vacinação. Não é o primeiro registro de uma pessoa que contraiu a doença após receber as duas doses.
Preocupado com a pandemia, o ex-deputado fez declarações públicas em defesa do cumprimento de protocolos contra a covid-19. Em abril de 2020, durante entrevista à TV Globo, ele declarou estar preocupado com a doença que "parou todo o mundo".
Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A família informa que a Corrente de Fé, com pensamentos positivos e orações, permanecerá, em prol da cura final dessa doença e pelos que ainda estão lutando."
Instituto Funjor comunica morte de Agnaldo Timóteo
"O Cauby Mineiro"
Agnaldo Timóteo Pereira nasceu em Caratinga, Minas Gerais, no dia 16 de outubro de 1936. Iniciou sua carreira artística em programas de calouro na rádio local. Passou a adolescência em Governador Valadares e Belo Horizonte, período este onde ficou conhecido como "Cauby Mineiro".
Já no Rio de Janeiro, continuou se aventurando na carreira artística e chegou a trabalhar como motorista da cantora Ângela Maria. Seu primeiro grande estouro aconteceu no programa Rio Hit Parade, em 1965, que fez despertar o interesse da gravadora EMI-Odeon e consequentemente registrar seus primeiros LPs, como "Surge Um Astro", disco com versões de sucessos internacionais.
Em 1967, lançou "Obrigado Querida", que emplacou o hit "Meu Grito", de Roberto Carlos, onde mostrou a potência de sua voz. Dali em diante sua carreira musical deslanchou, gravando mais de 50 álbuns nas décadas seguintes.
Polêmico, Agnaldo Timóteo deu várias declarações controversas na mídia envolvendo política e sexualidade. Em 2011, no programa "SuperPop", da Rede TV!, se irritou ao ouvir rumores de que era gay: "Completamente equivocado. Quem conhece, sabe que não. Nem assumido, nem desassumido, sou Agnaldo Timóteo".
Deste então, o cantor seguiu fazendo shows por todo o país. Sua última apresentação estava agendada para Santa Rita de Cássia (Bahia), mas ele teve que cancelar o show quando sentiu os primeiros sintomas do coronavírus.
O cantor também compôs uma música no ano passado, chamada "Epidemia".
"Deus, a epidemia é uma maldição. Bilhões de inocentes na prisão, à espera de um milagre seu. (...) Deus, espalhe suas bençãos, limpa o ar. De novo a humanidade irá ganhar a paz e a liberdade de ir e vir", diz um trecho da música.
Do malufismo ao lulismo
Na política, Agnaldo foi deputado federal em dois mandatos, vereador pelo Rio de Janeiro por quatro anos e em São Paulo por mais oito — marcadamente em partidos diferentes.
Grande admirador do ex-governador Paulo Maluf (PP) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Timóteo criou vínculos políticos à esquerda e à direita. Cresceu na Câmara dos Deputados nos anos 1980 com discurso trabalhista, mas também fazia acenos conservadores, com ponderações sobre o período da ditadura militar (1964-1985).
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