Topo

Com projeto solo, Paul Stanley, do Kiss, prova que só quer ser feliz

Paul Stanley, do Kiss, durante um show de sua Soul Station antes da pandemia Michael Tullberg/Getty Images

De Splash, em São Paulo

17/04/2021 04h00

Os 70's estão na moda. The Weeknd, Dua Lipa, BTS, a nossa Iza... todos se jogaram na era disco em trabalhos recentes. Quem também bebeu dessa água foi o excelente Silk Sonic, de Bruno Mars e Anderson Paak, indo mais para o lado da black music, outro gênero a embalar quadris e corações há 50 anos.

Até aí, nenhuma novidade: a moda, como sabemos, é cíclica.

A surpresa nessa onda fica a cargo de Paul Stanley. E você, caro leitor, pode argumentar que o cantor e guitarrista é cria dos anos 1970, quando surgiu à frente do Kiss. Verdade. Mas o músico de 69 anos acaba de lançar sem alarde um álbum solo, no qual mergulha de cabeça no soul e no R&B.

Pode parecer inesperado para quem se acostumou a ver um Stanley endiabrado disparando riffs em sucessos do rock como "Rock and Roll All Nite" e "Heaven's on Fire" —ou até mesmo em seus discos solo anteriores.

Mas, durante o lançamento de seu Paul Stanley's Soul Station, o starchild frisou a importância da black music para sua formação.

Tive a sorte de ver Otis Redding e Solomon Burke ao vivo. Essa música e sua narrativa me deram força e esperança mesmo em dias difíceis. Os grandes clássicos daquela época são remédios mágicos, e me senti atraído a voltar a eles.

Paul Stanley

Para esse "revival" que começou com uma turnê ao vivo e desembocou no álbum "Now and Then", o músico passou demaquilante no rosto, caprichou no terno e montou uma big band de 17 músicos —com o brasileiro Rafael "Hoffa" Moreira na guitarra—, que faz o ótimo trabalho de emular o som daquela época.

Só podia ser uma banda mais diversa, né, Paul?

Nas 14 faixas de "Now and Then" (nove covers e cinco inéditas), Stanley reverencia nomes como Al Green, Smokey Robinson e Marvin Gaye em ótimas interpretações —caso de "Let's Stay Together" ou "O-O-H Child—", mas também compôs delicinhas rhythm and blues —como "Save Me (From You)" e "I, Oh I"".

Nas faixas autorais, compostas por ele, Stanley fala sobre amor e soa como uma oportuna ponte entre a década de 1970 e os tempos de Dua Lipa e BTS.

Ouve só.

Em meio à crise que nos obriga a nos agarrar à nostalgia para enfrentar os mares revoltos (como comprovam vários estudos), Paul Stanley é mais do que bem-vindo com sua Soul Station. Com "Now and Then" ele diz que só quer é ser feliz, e se nessa ele nos provocar sorrisos, tudo certo.

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Com projeto solo, Paul Stanley, do Kiss, prova que só quer ser feliz - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade