John Stamos: do tio legal de Três É Demais a treinador durão em nova série
De Splash, em São Paulo
20/04/2021 04h00
Para quem cresceu nos anos 1990, o rosto de John Stamos é inconfundível: ele é Jesse Katsopolis, o tio legal, engraçado e descolado de "Três É Demais" —ou de "Fuller House", se você assistiu à continuação da série feita pela Netflix.
Mas Stamos, hoje com 57 anos, está bem diferente em "Big Shot", nova atração do Disney+ que estreou na última sexta (16): ele vive Marvyn Korn, um treinador durão que, demitido de um time da liga de basquete por mau comportamento, é escalado para treinar uma equipe de uma escola para meninas.
Claro que Marvyn está a caminho de redenção, mas a diferença dos papéis não deixa de ser divertida —principalmente quando o ator conta seu processo para entrar no personagem.
"De propósito, eu não passei tempo nenhum com as garotas quando gravamos os primeiros episódios", lembra ele, em um papo com Splash.
Ele pediu ao diretor Bil D'Elia para explicar a situação às atrizes. "Achei que era o melhor para a série. Queria me conectar com elas ao mesmo tempo em que Korn se conectava às personagens."
Stamos conversou com Splash por meio de videoconferência, direto de sua casa, e se animou ao saber que somos brasileiros. A mulher que é para ele uma "babá" há mais de 35 anos, conta, é brasileira: "Ela vai ficar animada por saber que eu falei com vocês".
Os papéis marcantes de John Stamos
O ator começou aos 18 anos, em 1982, na novela "General Hospital". Mas o sucesso veio mesmo com a estreia de "Três É Demais". Nos anos seguintes, participou de produções como "E.R. - Plantão Médico", "Glee" e, mais recentemente, "Você", onde interpretou um terapeuta misterioso.
Mas ele queria há tempos voltar a uma história mais "família". E "Big Shot", criada por David E. Kelley (roteirista de "Big Little Lies"), veio em boa hora.
Pai de Billy, 3, Stamos tem aproveitado a pandemia para passar bastante tempo com o menino e acredita ter aprendido muito sobre paternidade com a história, já que Marvyn não só desenvolve uma relação de confiança com suas alunas, como vê o próprio relacionamento com a filha se transformar.
"Tem um discurso de Marvyn sobre como paternidade é um sacrifício", recorda. "Você deixa as suas próprias necessidades de lado pelo bem do seu filho e, no fim, você não ganha um troféu, mas uma versão melhor de você. Quando li isso, realmente me emocionou."
Aprenzidado, aliás, foi uma palavra bastante usada pelo ator na entrevista.
Ele conta que também pôde aprender muito com as atrizes adolescentes que interpretam suas alunas atletas, como Nell Verlaque, Sophia Mitri Schloss e Tiana Le.
Elas são destemidas. Eu me vi muito nelas. Eu achava que eram assim porque, nesse momento da vida, elas ainda não sofreram muito escrutínio. Mas chegavam ao set confiantes e entregavam. Isso é algo ao qual tenho tentado retornar há 25 anos. Vê-las fazendo trabalhando dessa forma foi inspirador.