Autora cria RPG gratuito sobre luta com o coronavírus: 'President Evil'
De Splash, em Santos
11/05/2021 04h00
Paola Giometi, bióloga e pesquisadora, quis ao mesmo tempo educar e entreter ao lançar o jogo de RPG de sugestivo nome "President Evil", inspirado na pandemia do coronavírus no Brasil. O jogo, gratuito em formato de arquivo PDF, já teve mais de 30 mil downloads.
Os personagens são inspirados em estereótipos da fauna humana brasileira, por assim dizer.
Há, entre eles, o Capitão Cloroquina, incapaz de assumir que o remédio é ineficaz contra a doença, o Terraplanista, que não acredita na quarentena, e o Enfermeiro das Trevas, preso por fingir aplicar a vacina.
Negacionismo
Paola, que vive na Noruega e trabalha com pesquisas de marcadores de câncer —que têm como objetivo indicar melhores tratamentos para a doença— diz ter se inspirado em "frases absurdas" do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, para desenvolver o jogo.
Paola Giometi
O nome, "President Evil", foi inspirado na franquia de videogames "Resident Evil", na qual os protagonistas enfrentam zumbis contaminados por organismos patógenos.
A cientista é gamer assumida e autora de sete livros de fantasia. Ela conta que fez cursos de design de jogos nos EUA e na Inglaterra e é apaixonada pelo assunto.
Ela acredita ter a possibilidade de ensinar sobre mitos da doença que já vitimou mais de 420 mil brasileiros.
Paola Giometi
Preocupação
Paola diz que, ao contrário do Brasil, a Noruega teve uma "quarentena bem feita", onde as pessoas entenderam a importância do distanciamento social.
Ela se preocupa com o fato de ter amigos e família no Brasil, em meio ao caos sem prazo para terminar.
Como é o jogo
Não é preciso muito para jogar "Predident Evil": apenas o download do livro em PDF, papel, caneta e dados (dois de seis lados são o suficiente).
O objetivo é manter a imunidade e se safar da contaminação por coronavírus, que acontece se você tirar o número ao rolar os dados.
Como o jogo se passa em um momento caótico, os personagens se desdobram para encontrar medicamentos, vacinas ou comida para garantir a sobrevivência.
A autora recomenda de dois a seis participantes —reunidos virtualmente, claro—, com idade a partir de 14 anos, já que a história conta com um tanto de violência.
Paola Giometi