Regina Casé sobre dona Lurdes: 'Não consegui separar ficção e realidade'
De Splash, no Rio
12/05/2021 19h21
Dona Lurdes, personagem de Regina Casé, em "Amor de Mãe", ficou marcada como uma das mães mais queridas do público noveleiro, que não a esquece. Em entrevista a Splash, pouco mais de um mês depois do fim da novela, a atriz conta que ainda não conseguiu se despedir da personagem também.
"Não levei só as emoções para casa, mas meu joelho e punho não estão iguais depois daquela fuga e de passar semanas com aquela corrente pesada", lembra a atriz, referindo-se às cenas finais de Lurdes, que foi mantida em um cativeiro por Thelma (Adriana Esteves).
.
Me joguei tanto, foi um momento como atriz em que não consegui separar ficção e realidade. Quando assisti em casa ao resultado, quase não me lembrava do que tinha feito, porque foi realmente muita entrega.
Ainda assim, já faz planos para suas próximas aventuras na TV e pensa até em atuar em outra trama —o que, antes de "Amor de Mãe", não fazia havia 18 anos. Algumas notícias recentes dizem que ela fará a próxima novela escrita por João Emanuel Carneiro.
Adoraria fazer a novela do João Emanuel, apesar de não ter lido a sinopse. Amaria que ele me convidasse porque adorei 'Avenida Brasil' de um jeito, que desde lá fiquei doida para fazer uma novela dele. Vejo que ele gosta de improviso, amo improvisar. Acho que a gente ia bater um bolão juntos.
Antes do convite para "Amor de Mãe", Regina tinha apresentado o projeto de um programa para a Globo, que acabou engavetado. Ela está afastada do trabalho de apresentadora desde o fim do "Esquenta", em 2017.
Mas será que pretende conciliar as duas funções?
Aquele programa [que apresentei à Globo] não poderia ser mais a mesma coisa. Tanta coisa já mudou! Assim como adoro ser atriz, gosto de ser apresentadora. Amaria estar num projeto de humor rasgado e também em um programa de entrevista. Agora que vou começar a conversar e a pensar direitinho nisso.
Pandemia
Durante a quarentena, Regina se isolou com a família no sítio, em Mangaratiba (Rio). Apesar de lamentar não poder reunir amigos para uma roda de samba e um churrasco, ela encontrou um ponto positivo nesta fase: a mudança na relação com os filhos e marido.
"Mudou muito. Nem em férias era assim. Aprofundou nossa relação, tudo ficou maior, o amor ficou maior. Às vezes, o cansaço também. Mas esse foi o lado bom da pandemia", diz ela, mãe de Benedita e Roque, e avó de Brás.
Sinto mais falta de um samba. Sou a pessoa que mais beija, abraça, dança agarrada.
Para compensar a distância física, ela diz que a internet tem sido de grande ajuda. "Já pensou me ver privada de receber o carinho que vem pelas redes sociais?"
E, para o futuro, planeja: "Quero andar na rua e todo o mundo poder abraçar não só a Regina, mas a dona Lurdes".
Mãe de Magno (Juliano Cazarré), Ryan (Thiago Martins), Camila (Jéssica Ellen) e Érica (Nanda Costa) na ficção, a personagem representa mães que Regina conheceu andando pelo país.
A Lurdes é a junção de milhares de mulheres maravilhosas que conheci viajando neste Brasil mais profundo. Este Brasil que a gente ama e do qual sente saudade. Ela vai do humor mais rasgado ao drama mais profundo.
Casamento
Casada há 21 anos com Estevão Ciavatta, Regina diz que não existe fórmula para uma relação dar certo e revela que, como todo casal, os dois passaram por momentos lindos e outros nem tanto. Especialmente na pandemia.
"Quando a gente quer que dê certo, vai conversando e vendo como resolver."
Uma brincadeira que a gente faz todo dia desde que casou é perguntar: 'Quer casar comigo?', 'Ainda está válido?'. O importante é ir mudando a combinação, atualizando, buscando correspondências, novidades. A gente passou muito perrengue na pandemia, mas estamos bem.