'Caso Evandro': Celina Abagge diz ter sido estuprada para confessar crime
Mais dois episódios do "Caso Evandro", série de direção de Aly Muritiba baseada no podcast de Ivan Mizanzuk, chegaram ao Globoplay essa semana e mostram os relatos de Celina e Beatriz Abagge. A mulher e a filha do então prefeito de Guaratuba (PR) foram acusadas de matar Evandro, de 6 anos, em 1992.
Os sete acusados do crime, incluindo Celina e Beatriz, haviam sido presos por supostamente terem matado Evandro para usar as vísceras do menino em um ritual satânico.
Agora, a série mostra o desenrolar do caso.
Após as prisões, a imprensa e o advogado de defesa repercutiram um outro possível lado da história.
Celina, Beatriz e os outros cinco acusados, incluindo Osvaldo Marcineiro, o tal pai de santo, teriam sido torturados para confessar o crime brutal.
A série agora traz as divergências que ocorreram naquela investigação, em 1992, comandada pelo grupo Águia, da polícia militar do Paraná. E também a falta de provas.
Na época, a maior parte das evidências foram entregues para o Ministério Público por Diógenes Caetano dos Santos Filho, primo de Evandro, ex-policial e filho de outro ex-prefeito de Guaratuba.
A partir daí, a polícia realizou as prisões dos acusados.
Celina e Beatriz, inocentadas pelo crime após um longo julgamento, concederam depoimentos para a série.
Elas reforçam a tese de que sofreram perseguição política e relatam erros tanto na investigação policial como na decisão judicial.
Celina revelou, pela primeira vez, ter sido estuprada pelos policiais militares para ser forçada a confessar que cometeu o crime.
Com os olhos cheios de lágrimas, e tampando o rosto, ela relembra a tortura que viveu.
O relato é forte e pode despertar gatilhos.
Por esse motivo, Celina afirmou que nunca mais teve relações sexuais com o marido. E que não havia revelado antes porque tinha medo de a família se revoltar.
Já a filha de Celina, Beatriz, diz que foi estuprada por mais de um policial militar.
Os outros cinco acusados também disseram ter sido torturados para confessar o crime.
Osvaldo Marcineiro e Davi dos Santos Soares relatam que os policiais os levaram para a casa de veraneio do ditador paraguaio Alfredo Stroessner, localizada em Guaratuba.
O ditador
Importante saber
Stroessner, que morreu em 2006, foi um dos ditadores mais sanguinários da América Latina. Ele era um simpatizante do nazismo e também foi comprovado que era um pedófilo.
Jair Bolsonaro homenageou o ditador, em 2019: "Homem de visão e estadista".
O que, de fato, aconteceu com o menino Evandro e Leandro Bossi, outra criança desaparecida na época?
Essa e outras perguntas serão abordadas nos próximos episódios da série, que chegam na semana que vem no Globoplay.
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