Milton Nascimento planeja cinebiografia e malha o governo: 'Lei do ódio'
De Splash, em Santos
21/05/2021 04h00
Como vai Bituca?
Muito bem, obrigado! Com saudade da vida pré-pandemia, quando a casa em que mora, em Juiz de Fora (MG), vivia cheia de gente, o cantor está feliz e "grávido" de bons projetos. Milton Nascimento planeja um filme baseado em sua vida, anda compondo e tem visto muitos filmes.
Aos 78 anos, o cantor só sai do sério por um motivo: política. Em conversa por e-mail com Splash, Milton, que expressa com frequência o descontentamento com os caminhos do Brasil nas redes sociais, não poupou críticas ao atual governo.
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Já tem dois anos que eu tenho dito a mesma coisa. Voltamos para a idade média. No governo Bolsonaro, a única lei que vale é a lei do ódio, e o descaso pela vida é total.
Milton Nascimento
Vivendo em um sítio com o filho, Augusto Nascimento, Milton planeja a realização de um filme sobre sua vida. Apaixonado por cinema, ele recentemente assinou contrato com a produtora Gullane (responsável pela série "Milton e o Clube da Esquina", do Globoplay) para que o projeto saia do papel.
Apesar de tanta coisa acontecendo hoje em dia, essa história me deixou muito contente por poder dividir minha vida com os fãs. A sensação aqui em casa é de mais um sonho realizado. Milton Nascimento, sobre sua cinebiografia
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E a gente fica só na expectativa...
Augusto, que é empresário artístico do pai, foi o responsável por fechar a parceria e conta que o projeto ainda está em fase "embrionária".
Nada foi decidido sobre onde o filme será exibido (se em plataformas de streaming ou nos cinemas), quem estará no elenco (Milton não quis falar sobre suas preferências para não chatear amigos atores... é justo!) ou na direção do longa.
Augusto diz que o filme será um tributo ao pai ainda em vida, algo que, espera ele, será capaz de emocioná-lo.
Meu pai é muito apaixonado por cinema e TV. Minha ideia é ele receber todas as homenagens enquanto está aqui para aproveitar. Ele vai ficar louco por ver a própria história. Augusto Nascimento
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Cinéfilo
Augusto entrega que Milton "obriga" todos os amigos a assistirem a "Fitzcarraldo" (1982) para testemunharem sua participação no filme, tamanho o fascínio pelas telonas.
Dicas para o isolamento
E o músico tem assistido a boas séries e filmes em serviços de streaming. Ele recomenda dois que considera entre os melhores que viu na vida —e os dois envolvem música:
O primeiro é 'A Voz Suprema do Blues', com a Viola Davis. Que mulher fantástica! E tem também o Boseman. Os dois estão demais. O outro é a animação 'Soul', que me deixou maluco. Milton Nascimento, sobre filmes que viu recentemente
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Prazer nos discos
Para além da sétima arte, Bituca tem até hoje a rotina diária de escutar música. Ele costumava ouvir Beatles em viagens de carro, com o filho, e hoje, com o coronavírus, a dupla faz isso em casa.
Nisso, acho que ouvimos a discografia umas 200 vezes. Também tenho ouvido os discos da Elis, o amor da minha vida. Assim como Lianne La Havas, uma jovem artista de quem fiquei fã.
Milton Nascimento
É a vida...
Milton tem sentido falta do convívio social, uma vez que, fora da pandemia, recebia muita gente em casa. Também tem saudade de sair em turnê.
A saúde vai bem. Ele tem feito exercícios funcionais quatro vezes por semana e consultas com seu médico de dois em dois meses.
Criatividade em dia
Augusto conta ainda que o pai compôs três músicas e está para gravá-las. Há também parcerias futuras e outros projetos na gaveta.
O empresário diz que Ronaldo Bastos, antigo parceiro de Milton, lhe mandou uma letra para que ele fizesse uma melodia. Bituca fez a canção em uma tarde.
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Nossa relação com o mundo mudou. Com a música foi o mesmo. Quando vejo, já peguei o violão, levo para a varanda, toco, escrevo no caderno. Nisso, tem umas coisinhas prontas aqui. Milton Nascimento
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